Análise: Oposição usará CPMI do INSS para descredibilizar governo
Analista de política Luísa Martins avaliou no Bastidores CNN que o senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito presidente da comissão que apura fraudes no INSS, em contrariedade às expectativas do governo
A eleição do senador Carlos Viana (Podemos-MG) para presidir a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) representa uma derrota significativa para o governo e para a cúpula do Congresso Nacional. A análise é de Luísa Martins no Bastidores CNN.
O resultado surpreendeu as lideranças políticas, que esperavam o cumprimento de acordos estabelecidos nos bastidores para eleger indicados alinhados com Hugo Mota e Davi Alcolumbre. A vitória da oposição na disputa pela presidência da CPMI indica uma nova dinâmica de forças no cenário político.
A base governista tinha expectativas de que a CPMI pudesse apontar responsabilidades anteriores no esquema de fraudes, destacando que as irregularidades teriam início em gestões passadas. No entanto, com a atual configuração, a comissão deve se tornar um ambiente propício para questionamentos sobre a gestão atual.
O governo havia demonstrado disposição para colaborar com as investigações, inclusive detalhando esforços para garantir o ressarcimento às vítimas das fraudes em um prazo reduzido. A estratégia inicial era desvincular a atual administração da crise, embora seu ápice tenha ocorrido no período recente. O relatório final da CPMI, seguindo os procedimentos habituais, será encaminhado ao Ministério Público e demais órgãos competentes para possíveis providências legais.