Análise: PL acredita que um projeto de anistia ampla "murchou"
Relator do projeto busca apoio do Centrão para aprovar versão mais branda do texto. PT e PL não demonstram pressa para votação após manifestações do último domingo; análise é de Pedro Venceslau no CNN 360°
O projeto de anistia ampla perdeu força significativa após as manifestações do último domingo (21), levando a uma reavaliação da estratégia de aprovação no Congresso Nacional. A proposta, que já enfrentava resistências, agora encontra ainda mais obstáculos para avançar, enquanto o PL (Partido Liberal) avalia que a anistia ampla “murchou”. A análise é de Pedro Venceslau no CNN 360°.
Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto, busca construir uma maioria pelo Centro para aprovar uma versão mais moderada da proposta, focada na dosimetria das penas. A estratégia surge após a percepção de que não há apoio suficiente nos extremos do espectro político, com PT (Partido dos Trabalhadores) e PL demonstrando pouco interesse em acelerar a tramitação.
O relator gerou desconforto ao sugerir uma vinculação entre a votação do projeto de anistia e a aprovação da isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, proposta de interesse do governo. A declaração foi interpretada como uma forma de pressão pelos petistas, que já manifestaram oposição a qualquer tipo de anistia neste momento.
O PT mantém uma resolução contrária a qualquer tipo de perdão, incluindo o projeto de dosimetria. Mesmo a possibilidade de debater redução das penas foi considerada inadequada no atual contexto político, especialmente após recentes eventos internacionais e decisões judiciais.
Recuo estratégico
Do lado do PL, a avaliação é que a proposta de anistia ampla, geral e irrestrita praticamente implodiu, mantendo apoio apenas de uma parcela cada vez menor do chamado "bolsonarismo raiz". A liderança do partido reconhece a necessidade de reorganização antes de qualquer nova tentativa de avançar com o projeto.
As manifestações recentes impactaram não apenas o projeto da anistia, mas também outras propostas que tramitavam em conjunto, como a PEC da Blindagem. A pressão da opinião pública levou parlamentares a recuarem, esvaziando ambas as iniciativas e criando um cenário de maior cautela no Congresso Nacional.