Após reunião de Lula e Trump, Alckmin diz que prioridade é reduzir tarifaço
Presidente Lula (PT) se reuniu com Donald Trump na Malásia, no domingo (26)
Após a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou, nesta segunda-feira (27) que a prioridade agora é reduzir o tarifaço imposto por Washington a produtos brasileiros.
"O prioritário é tirar os 40% [de sobretaxa]. Esse é que é o prioritário. Aí você tem os setores do agro, da indústria, dos mais variados. Dos US$ 40 bilhões exportados no ano passado, 42% ou é zero ou é 10% [de tarifa]; 24% é seção 232, nós e o mundo todo estamos igual. Agora, 34% [das exportações] é 10% mais 40% [de taxa]. Aí afeta. Essa é a prioridade: reduzir essa alíquota para esse setor mais atingido", disse Alckmin a jornalistas.
Ainda de acordo com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o objetivo é reduzir a taxação "o mais rápido possível".
Questionado, Alckmin disse não ter conhecimento de que o governo dos EUA tenha feito pedido para instalação de data centers no Brasil.
"O governo americano, que eu saiba, não fez nenhum pedido. Agora, as empresas americanas têm muito interesse", ressaltou.
Como foi o encontro entre Lula e Trump?
Tarifas ao Brasil
Ao ser questionado se os EUA reduziriam as tarifas ao Brasil, Trump disse “Vamos discutir isso por um tempo. Sabemos que nos conhecemos. Sabemos o que cada um quer”.
O chanceler brasileiro Mauro Vieira afirmou que o presidente americano concordou em fazer uma rápida negociação.
“Teremos negociações com vistas a suspensão das tarifas, visto que são aplicadas a um país que os Estados Unidos têm superávit”, disse ele.
Vieira não deu um prazo para as negociações, mas espera que ela seja concluída em semanas. “A conclusão final é que a reunião foi muito positiva e nós esperamos em poucas semanas concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da tributação americana ao Brasil”, informou.
Após a reunião, o chanceler brasileiro Mauro Vieira disse que o encontro entre os líderes foi “muito positivo” e que “há esperanças em concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da tributação americana ao Brasil”.
Em uma entrevista coletiva, Vieira disse que o presidente Lula pediu a suspensão das tarifas impostas aos produtos brasileiros e das sanções da Lei Magnitsky aplicadas a ministros do STF (Superior Tribunal Federal) durante o encontro com o republicano.
Lula se oferece para intermediação de EUA x Venezuela
Após o encontro, o chanceler Mauro Vieira falou que o presidente brasileiro se ofereceu para intermediar a crise entre EUA e Venezuela.
“Lula disse que a América Latina é uma região de paz e se prontificou a ser um contato, ser um interlocutor, com a Venezuela para se buscar soluções que sejam aceitáveis e mutuamente corretas entre os dois países”, declarou ele.
Vieira acrescentou que o Brasil sempre estará disposto a atuar como um elemento de promoção da paz e de entendimento.
Segundo Vieira, Trump agradeceu e concordou com a proposta do líder brasileiro.
Trump elogia perfil da carreira política de Lula
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou admirar o perfil político do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro entre os dois em Kuala Lumpur, na Malásia, segundo informou o chanceler Mauro Vieira.
“O presidente Trump declarou admirar o perfil da carreira política do presidente Lula, já tendo sido duas vezes presidente da República. Tendo sido perseguido no Brasil, tendo voltado e provado sua inocência. Voltado a se apresentar e vitoriosamente conquistado seu terceiro mandato à frente da presidência da República”, declarou Vieira.
Segundo Vieira, os líderes também estabeleceram que haverá visitas recíprocas. Trump quer ir ao Brasil e Lula disse que “irá com prazer aos Estados Unidos”.
Quem participou do encontro Lula-Trump?
Durante a reunião dos líderes neste domingo (26), na Malásia, outras autoridades estavam presentes acompanhando as discussões. Entre eles, estavam:
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, escolhido por Donald Trump para negociar sobre o tarifaço com autoridades do Brasil.
Scott Bessent, secretário do Tesouro dos Estados Unidos e Jamieson Greer, representante comercial dos EUA.
Na parte brasileira, acompanhavam o presidente:
- Audo Araújo Faleiro, assessor-chefe adjunto, faz parte da Assessoria Especial do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
- Marcio Rosa, secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
- Mauro Vieira, embaixador e ministro de Estado das Relações Exteriores do Brasil.


