Aziz: Se Wizard não for à CPI, demonstrará que está preocupado com a situação

Presidente da CPI da Pandemia diz que comissão também quer apurar quem do governo bancou propaganda para 'kit Covid'

Produzido por Layane Serrano, da CNN, em São Paulo
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A CPI da Pandemia no Senado espera ouvir nesta semana o depoimento do empresário Carlos Wizard, apontado como membro de um suposto gabinete paralelo que dava orientações ao Ministério da Saúde para o combate da Covid-19.

Presidente da comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou em entrevista à CNN que Wizard está ciente da convocação e, caso não compareça, será usado "meios legais" para fazê-lo depor. "Ele foi notificado. Foi mandado correspondência para as residências que ele tem no Brasil. Pelo WhatsApp, ele leu a mensagem e não respondeu. Conhecimento ele tem, e sabe que quinta-feira (17) tem que estar na CPI", afirmou Aziz. 

Segundo o presidente da comissão, o depoimento do empresário é fundamental para esclarecer o teor das diversas reuniões que ele teve no Ministério da Saúde. "É importante ouvi-lo e ele se negando a vir, demonstra que está preocupado com a situação."

Na terça-feira (14), a CPI ouve o ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo. O governador do estado, Wilson Lima, não compareceu na semana passada e, para Aziz, agora cabe a Campêlo explicar a falta de oxigênio em Manaus, entre outros assuntos que já foram levantados na comissão.

"O ex-secretário de Saúde tem muita coisa para esclarecer. Primeiro, as datas que o Amazonas ficou sabendo que faltaria oxigênio. Segundo, quando ele comunicou e pediu ajuda ao governo federal. Um diz que foi dia 7; outro dia 8, e o ministro diz que foi dia 10", disse Aziz, acrescentando que também quer ouvir de Campêlo explicações sobre o aplicativo TrateCov e seu uso no Amazonas. 

Investigados na CPI

A partir de agora, Aziz afirmou ser "lógico" que algumas testemunhas que já foram ouvidas pelos senadores passem a ser investigadas na CPI da Pandemia. "Os nomes não vou dizer porque quem está vendo isso é o senador Renan Calheiros. Como relator, ele que tem os dados necessários para formatar e dizer o por quê desses depoentes que foram como testemunhas se tornarem investigados, Isso vai acontecer naturalmente até porque algumas conclusões a CPI já têm concretas. Uma delas é o Brasil não ter dado importância para a compra de vacinas."


Senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Pandemia
Senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Pandemia, falou sobre próximos passos da comissão
Foto: CNN Brasil (14.jun.2021)

O presidente da comissão também revelou que entre os próximos passos está identificar quem financiou aquisição e propagandas de remédios que integram o chamado "kit Covid". 

"Nós estamos atrás agora do gabinete do ódio que propagou essa medicação e os laboratórios que venderam. Quem bancou essa propaganda, que vai contra a ciência, de que esses remédios salvariam? O exemplo que posso dar é do próprio presidente usando uma caixa de cloroquina e mostrando como um remédio milagroso."

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