Bolsonaro diz que pode ter dissidência no PL em votação da anistia
Projeto que visa anistiar condenados do 8/1 tramita hoje na Câmara; ex-presidente diz defender anistia "ampla e irrestrita"


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira (26) não ter certeza se todos os parlamentares de seu partido votariam a favor do projeto de lei que visa anistiar os condenados do 8 de janeiro, o PL da Anistia.
“Até o PL, talvez, espero que não, mas até o PL eu tenho dúvida de algumas pessoas que por ventura não queiram votar pela anistia por interesses outros”, disse Bolsonaro a jornalistas em Brasília.
Também complementou, afirmando que, por ele, a anistia seria “ampla e irrestrita”, mas que isso será decidido pelo Congresso. O ex-chefe do Executivo também recusou a hipótese de que a proposta deva incluí-lo no rol dos anistiados, e disse que ação deve ser direcionada aos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro também reiterou já ter conversado com líderes partidários, como Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, sobre o tema, além do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Ao participar de um podcast na última segunda-feira (24) ao lado do ex-presidente, Tarcísio afirmou que o partido o qual faz parte irá apoiar o projeto. De acordo com o governador paulista, tema foi alinhado com o presidente nacional do partido e é “uma questão humanitária”.
O Partido Liberal (PL) conta com o maior número de cadeiras, tanto na Câmara quando no Senado.
O deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara dos Deputados, quer votar o projeto da anistia a envolvidos no 8 de janeiro de 2023 no plenário da Casa a partir de 8 de abril.
Sóstenes alega já ter mais de 300 votos a favor do projeto, com ao menos nove partidos ao seu lado. Ele fala querer aprovar a matéria com uma margem ampla para mostrar a suposta força da iniciativa. Há dúvidas se no Senado a anistia teria tanto apoio.