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    Bolsonaro planejou, atuou e teve domínio dos atos que visaram golpe, diz PF

    Ex-presidente “tinha plena consciência e participação ativa” na prática de “atos clandestinos”, segundo investigação

    Lucas Mendesda CNN , Brasília

    A Polícia Federal (PF) concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva” dos atos realizados por uma organização criminosa que buscou dar um golpe de Estado no Brasil.

    De acordo com a PF, esse golpe não se consumou “por circunstâncias alheias à sua vontade”.

    Os investigadores concluíram que Bolsonaro “tinha plena consciência e participação ativa” na prática de “atos clandestinos” que visavam abolir o Estado de Direito.

    “Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade”, disse a PF.

    A conclusão está no relatório final da investigação, tornado público nesta terça-feira (26). A PF indiciou no caso Bolsonaro e outras 36 pessoas.

    Desde 2019

    De acordo com a PF, os investigados pela suposta tentativa de golpe atuaram desde 2019 para manter o então presidente Bolsonaro no poder.

    “Os investigados atuaram de forma coordenada, mediante divisão de tarefas, desde o ano de 2019, com o emprego de grave ameaça para restringir o livre exercício do poder Judiciário e impedir a posse do governo legitimamente eleito com a finalidade de obter a vantagem relacionada a manutenção no poder do então presidente da República JAIR BOLSONARO”, disse a PF.

    Segundo a PF, dados analisados na investigação apontam que os militares atuaram de “forma deliberada, sem conhecimento dos comandantes, em evidente quebra de hierarquia”. O objetivo, segundo o relatório, era estabelecer uma relação de confiança entre o GENERAL FREIRE GOMES e o então presidente da República JAIR BOLSONARO, “para que o então comandante do Exército aderisse a tentativa de Golpe de Estado, dando o suporte armado à ação que estava em curso”.

    Matar autoridades

    A investigação também concluiu que Bolsonaro tinha pleno conhecimento do plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    A morte de Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) aconteceriam para “extinguir” a chapa vencedora da eleição de 2022 e constavam no documento intitulado “Punhal Verde e Amarelo”, impresso pelo general Mario Fernandes no Palácio do Planalto.

    O plano também envolvia o assassinato do ministro Alexandre de Moraes.

    PGR

    A investigação sobre a tentativa de golpe foi enviada nesta terça-feira (26) à Procuradoria-Geral da República (PGR) por Moraes. O ministro também determinou a retirada do sigilo do caso.

    Caberá ao procurador-geral Paulo Gonet decidir se denuncia o ex-presidente e os demais investigados pelos crimes apontados pela PF. Ele também pode pedir o arquivamento das investigações ou solicitar mais diligências aos investigadores.

    Conforme mostrou a CNN, interlocutores de Gonet, dão como certo que Bolsonaro será formalmente acusado dos crimes relacionados à trama golpista. A denúncia, entretanto, deve ser apresentada apenas em 2025.

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