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    Eleições 2022

    Boris Casoy: O dragão que nos devora 

    Problemas nas polícias, leis tolerantes e falta de combate efetivo às drogas e ao contrabando de armas destroem vidas no país 

    Boris Casoy

    Segurança pública é tema tabu para as esquerdas brasileiras. A palavra “polícia” traz para grande parte dos esquerdistas uma relação com a repressão política do regime instaurado em 1964. Esse tipo de pensamento chegou a comprometer em passado recente o próprio reequipamento e a modernização das polícias no país. Daí o cuidado de Lula quando aborda ou é instado a abordar o assunto da segurança. 

    Na quarta-feira, dia 12, em busca de votos no Rio de Janeiro, o candidato do PT visitou uma favela, hoje chamada pelo eufemismo de comunidade. E ousou trabalhar eleitoralmente essa tese das esquerdas, objetivando principalmente não se chocar com áreas sensíveis do Partido do Trabalhadores. Afirmou a uma plateia de lideranças comunitárias que “temos de acabar com essa história de que o Estado só aparece na comunidade com a polícia. Antes de vir a polícia tem que vir a saúde, a cultura, e educação,” sentenciou o candidato. 

    É esse o tipo de pensamento, acrescentado a ideias equivocadas de que a pobreza e a injustiça social são as responsáveis pela criminalidade, que tem ajudado a impedir avanços em nossas leis e em nosso precário sistema de segurança pública. 

    É interessante observar que nos países cujos governos são dominados pela esquerda, como Cuba, Nicarágua, Coréia do Norte, etc., os conceitos em relação a segurança são exatamente o oposto do que pensa o esquerdismo brasileiro. 

    Na verdade, pouco o PT fez pela segurança quando esteve na chefia do governo da República. É absurdo optar ou por saúde, educação e cultura, ou por segurança. São problemas que não se excluem. Em todos esses, o Brasil, infelizmente, ocupa desonrosas posições mundiais, enquanto o dinheiro dos contribuintes — inclusive dos mais pobres — é surrupiado ou jogado no lixo. 

    É bom frisarmos que os fatos levantados acima não eximem de culpa o governo Bolsonaro, cujas promessas no campo da segurança superam em muito as realizações. Mas pelo menos não tenta instilar na população o conceito enganoso e superado da primazia das necessidades sociais sobre uma polícia cidadã. 

    Polícias divididas, mal armadas, mal remuneradas, mal treinadas, corruptas, leis absurdamente tolerantes com o crime, a falta de um combate efetivo às drogas e ao contrabando de armas criam o grande dragão que devora vidas de trabalhadores, de mães e filhos, todos os dias em todo o Brasil. 

    Este texto não representa, necessariamente, a opinião da CNN Brasil.

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