Cabral é condenado pela vigésima vez, e pena ultrapassa 390 anos de prisão
Em nova condenação, ex-governador fluminense é acusado de corrupção passiva em um esquema com empresários da Fetranspor no Rio de Janeiro


O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi condenado pela vigésima vez na Justiça Federal. Nesse processo, ele é acusado de corrupção passiva em um esquema com empresários da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor). Ele foi sentenciado a 16 anos e oito meses de prisão e deverá pagar uma multa de mais de R$ 580 mil. Ao todo, Cabral soma 393 anos e dois meses de prisão.
Na sentença, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal, apontou que o ex-governador foi o principal idealizador dos esquemas ilícitos e que ele “mercantilizou a função pública obtida por meio da confiança que lhe foi depositada pelos cidadãos do Estado do Rio de Janeiro”. A decisão também indica que os esquemas eram combinados na própria residência de Sérgio Cabral ou na sede do governo fluminense.
A defesa diz que o ex-governador é colaborador da Justiça e já foi condenado pelos mesmos fatos. Os advogados também pedem que haja compatibilização das garantias constitucionais no julgamento de Cabral.
Em nota, a Fetranspor disse que a notícia refere-se a fatos supostamente ocorridos antes da posse de sua atual diretoria executiva, e que, desde setembro de 2017, a entidade é presidida por um executivo profissional, selecionado no mercado e sem qualquer ligação anterior com a área de transporte público de passageiros.
Delação
Em maio, o STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitou a delação premiada do ex-governador, negociada pela Polícia Federal. O documento possui mais de 900 páginas e tem como principais acusados integrantes de órgãos do Poder Judiciário.
O ex-governador afirma ter atuado para “comprar” decisões de atuais e ex-ministros do Superior Tribunal da Justiça (STJ) e do Tribunal de Contas da União (TCU), órgão auxiliar do Poder Legislativo, além da citação de Toffoli, do STF.
Cabral também afirma que o desembargador Luiz Zveiter, ex-presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), recebia propina. Zveiter e os demais magistrados citados negam as acusações.
(*Sob supervisão de Adriana Freitas)