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Câmara prioriza projetos de segurança e IR após crise por PEC da blindagem

Ideia dos deputados é melhorar imagem após críticas e postura oposta do Senado perante texto que ampliaria proteção jurídica a parlamentares

Luciana Amaral, da CNN, em Brasília
Discussão e votação de proposta no plenário da Câmara
Discussão e votação de proposta no plenário da Câmara  • Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
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A Câmara dos Deputados prioriza nesta semana projetos voltados à segurança pública e à isenção do Imposto de Renda após a crise de imagem negativa por conta da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da blindagem – que aumentava a proteção jurídica de parlamentares e foi rechaçada de imediato por unanimidade no Senado.

Nesta terça (30), o plenário da Câmara aprovou oito requerimentos de urgência a projetos de segurança pública. A iniciativa faz com que tenham a tramitação acelerada e não precisem passar pelas comissões, indo direto a plenário. A expectativa é que os méritos das propostas sejam discutidos na próxima semana.

A pauta foi decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmando haver consenso entre os 27 secretários de segurança do país. Entre as matérias, estão o aumento da pena para o homicídio de policiais e o aumento da repressão aos "crimes praticados por organizações criminosas".

“Segurança é uma das maiores preocupações dos brasileiros e uma prioridade do Parlamento - e prioridade se faz ouvindo, dialogando e agindo.”

Para esta quarta (1º), o foco do plenário da Câmara vai ser votar o projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês -- prioridade do governo e tema com alta popularidade eleitoral.

Na semana passada, após as manifestações contra a PEC da Blindagem e o projeto de lei da anistia a condenados na trama golpista, Motta chegou a declarar ser "o momento de tirar da frente todas essas pautas tóxicas".

Ainda assim, a Câmara votou a PEC da Blindagem e se viu alvo de críticas intensas da opinião pública, especialmente depois de o Senado arquivar a medida. Até o momento, o projeto da anistia continua em discussão nos bastidores, sem um consenso mínimo.