Cármen vota para tornar réus os seis acusados do "núcleo 2"

Para a ministra, "as acusações são graves, as denúncias são sérias"

Leticia Martins, Isabella Cavalcante e Manoela Carlucci, da CNN, São Paulo e Brasília
A ministra Cármen Lúcia, do STF, durante julgamento sobre a admissibilidade da denúncia contra Bolsonaro e outros sete acusados
A ministra Cármen Lúcia, do STF, durante julgamento sobre a admissibilidade da denúncia contra Bolsonaro e outros sete acusados  • Foto: Rosinei Coutinho/STF
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A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, votou, nesta terça-feira (22), para receber a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), contra o chamado "núcleo 2" do plano para um golpe de Estado.

Cármen Lúcia afirmou que "as acusações são graves, as denúncias são sérias", e, portanto, votava para receber a denúncia da PGR.

"Tenho a convicção que os advogados que compareceram hoje aqui na tribuna serão tão honestos com seus clientes quanto guardam a fé do seu grau com este tribunal não trazendo dados que não sejam verdadeiros para que a gente possa chegar ao bom senso e mostrar a sociedade brasileira que em um estado democrático há um devido processo legal, só se responderá por aquilo que fizer contra o direito", declarou a ministra.

"As acusações são graves, as denúncias são sérias. Tudo será apurado no seu devido tempo, na fase instrutória do processo como deve ser. Falou-se tanto aqui de bíblia e momento pascal, neste caso, nesta fase, não há o que perdoar, sabiam o que estava fazendo, portanto, eu também voto no sentido de receber a denúncia", finalizou.

Fazem parte do chamado “núcleo 2” da denúncia da PGR:

  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
  • Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Bolsonaro;
  • Marília Ferreira de Alencar, delegada da Polícia Federal (PF) e ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça;
  • Fernando de Sousa Oliveira, delegado da PF e ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça e ex-secretário-adjunto de Segurança Pública do DF;
  • Mario Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência;
  • Filipe Garcia Martins, ex-assessor da Presidência da República.

Entre os crimes imputados aos denunciados pela PGR, estão:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Tentativa de golpe de Estado;
  • Dano qualificado;
  • Deterioração de patrimônio tombado;
  • Envolvimento em organização criminosa armada.