Castro comenta primeira reunião com Lula: "Não teve constrangimento algum"
Governador fluminense, que é do mesmo partido e apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha eleitoral de outubro, falou a repórteres após o encontro
Nesta terça-feira (10), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), se reuniu pela primeira vez com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Falando a repórteres após o encontro em Brasília, Castro, que é do mesmo partido e apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha eleitoral de outubro, disse que "não teve constrangimento algum" durante o encontro.
O governador fluminense explicou que, durante a reunião de Lula com governadores nesta segunda (9), o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Alexandre Padilha (PT), o convidou para conversar com o presidente.
Castro contou que apesar de ter cumprimentado Lula durante a posse do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes, eles nunca tinham estado juntos.
Durante a reunião na manhã desta terça (10), Castro relatou as pautas prioritárias de seu governo como a finalização da rota do gás, os aeroportos cariocas e a revisão das bases do regime de recuperação fiscal.
"Foi um primeiro bate-papo para nos conhecermos e falamos rapidamente dessas primeiras pautas. Ele falou que quer ir para o Rio. Falei que com certeza estaremos juntos", declarou o governador.
Ataque aos Três Poderes e desmonte de acampamento
Segundo Castro, não foi tratado durante a reunião os atos criminosos cometidos por apoiadores de Bolsonaro no ataque às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8).
Lula questionou sobre a desmobilização dos acampamentos em quartéis – determinada pelo ministro Alexandre de Moraes.
"Disse que tinha sido muito tranquila a remoção, que acabou não precisando prender ninguém. Foram todos embora rápido", afirmou o governador.
"Eles estavam dentro do equipamento militar, então não tinha jurisdição para a polícia. Então combinamos um horário com o Comando Militar, às 17h, que a polícia entraria de qualquer jeito para cumprir a decisão judicial, mas antes já estava tudo desmobilizado", acrescentou.
Questionado pela imprensa se houve constrangimento pelo fato dos manifestantes dos atos criminosos em Brasília serem apoiadores de Bolsonaro, candidato apoiado por ele nas eleições, ele disse que "não teve constrangimento algum".
"Apoiadores é uma questão muito vaga. O cara [Bolsonaro] teve 58 milhões de votos. Falar que apoiador fez alguma coisa é incontrolável. É uma eleição de muitos votos", argumentou dizendo que a parcela de eleitores que o candidato conhece é pequena.