Castro liga para Gleisi e diz que não teve intenção de criticar o governo
Governador reclamou de falta de apoio no combate ao crime organizado: "Rio está sozinho nessa Guerra"

Poucas horas depois de declarar que o governo federal havia negado apoio ao Rio de Janeiro em operações policiais nesta terça-feira (28), o governador Cláudio Castro (PL) telefonou para a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
De acordo com a pasta, a ligação ocorreu no início da tarde. Durante a conversa, o governador afirmou que não teve a intenção de criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que suas declarações refletiam apenas a preocupação com as dificuldades enfrentadas pelo estado nas ações de combate ao crime organizado.
Mais cedo, em entrevista coletiva, Castro havia afirmado que o governo federal “negou ajuda” para operações no Rio e que o estado estava “sozinho” na megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da capital fluminense.
Segundo o governador, o Ministério da Defesa teria recusado, em pelo menos três oportunidades, o pedido de empréstimo de blindados das Forças Armadas para apoiar as forças estaduais. “Para emprestar o blindado, tinha que ter GLO, e o presidente é contra a GLO. Cada dia uma razão para não estar colaborando”, disse Castro.
A operação desta terça mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal, além de integrantes da Força Nacional. O objetivo, segundo o governo do estado, foi combater grupos criminosos responsáveis por ataques recentes e pelo controle de comunidades da região.
O balanço mais recente aponta 64 mortos, entre eles quatro policiais. O número faz da ação a mais letal da história do Rio de Janeiro, segundo dados da própria Secretaria de Segurança Pública.


