COP26: ausência de Bolsonaro pode enfraquecer voz do Brasil, diz embaixador britânico
Delegação brasileira será a segunda maior enviada por uma nação; 120 líderes mundiais já confirmaram presença
Em coletiva à imprensa nesta segunda-feira (25) para divulgar informações sobre a cobertura da COP26 (26ª Conferência das Nações Unidas para a Mudança do Clima), o embaixador do Reino Unido no Brasil, Peter Wilson, disse que a ausência do presidente Jair Bolsonaro no evento “pode enfraquecer voz do Brasil”.
A delegação brasileira – cerca de 100 pessoas – será a segunda maior enviada por uma nação, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
De acordo com o embaixador, o Reino Unido garante também que caso o presidente do Brasil decida ir à conferência, não será impedido de participar, mesmo se não apresentar o comprovante da vacinação. No entanto, até o momento, segundo Peter Wilson, não há confirmações da presença de Bolsonaro na COP26.
“A ausência dele pode enfraquecer a voz do Brasil, que é um dos países mais importantes para as negociações climáticas. O Brasil tem um protagonismo no cenário ambiental há 29 anos, desde a Conferência Rio-92”, lembrou o embaixador.
Previsto para começar dia 31 de outubro, na Escócia, o evento tentará reunir líderes de 196 países para discutir avanços no enfrentamento do aquecimento global.
De acordo com o governo britânico, até o momento, 120 líderes mundiais (entre presidentes, primeiros-ministros e representantes de governos) já confirmaram presença na COP26, que vai até 12 de novembro. A conferência faz parte da Convenção Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas e ocorre todos os anos desde março de 1994.
Nem mesmo o vice-presidente Hamilton Mourão confirmou a participação no evento, como antecipou o chefe da missão do Itamaraty em Glasgow, embaixador Paulino de Carvalho Neto.
De acordo com Neto, até o momento, na delegação brasileira serão aproximadamente 100 pessoas, sendo três ministros: do Meio Ambiente, Joaquim Leite; das Comunicações, Fábio Faria; e Minas e Energia, Bento Albuquerque; além do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
“Na segunda semana da reunião, a delegação será chefiada pelo Ministro do Meio Ambiente. Na primeira semana, estarei à frente da delegação do governo federal, nas negociações propriamente ditas. Haverá também senadores, deputados, autoridades de outros poderes, bem como governadores, prefeitos e funcionários de governos estaduais e municipais. Mas a delegação negociadora é relativamente pequena. Aqui do Itamaraty seremos 15 no total, incluindo colegas da nossa embaixada em Londres”, disse o diplomata brasileiro.
Um dos pontos mais controversos da COP 26 será a regulamentação das negociações de crédito de carbono – que faz parte do artigo 6 do acordo de Paris.
Esta semana, as Nações Unidas vão divulgar a lista oficial de autoridades que serão aguardadas.