Em depoimento à CPMI, Tonia Galleti critica números da auditoria da CGU

CPMI toma depoimento de assessora jurídica do Sindnapi, entidade envolvida em escândalo do INSS

Mateus Salomão e Emilly Behnke, da CNN Brasil, Brasília
Parlamentares durante reunião da CPMI do INSS  • Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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Em depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a advogada Tonia Galleti criticou e colocou em dúvida auditoria realizada pela CGU (Controladoria-Geral da União) que teria concluído que 262 mil pessoas não reconheciam os descontos associativos realizados pelo sindicato.

“Não é verdadeiro, é simples dizer”, classificou a depoente ao citar a auditoria da CGU. Tonia Galleti presta depoimento à CPMI do INSS nesta segunda-feira (20).

Na oitiva de Tonia Galleti, além de ser questionada sobre alerta dado ao ex-ministro da Previdência Social Carlos Lupi, parlamentares também fazem perguntas quanto aos vínculos dela com o Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), que é ligado ao irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ao questionar os dados da CGU, Galleti citou que, das 262 mil pessoas que questionaram os descontos, 15 mil delas teriam dado procurações para aderirem às ações coletivas do sindicato. Ela disse ainda que 45 mil delas teriam usado 320 mil vezes a farmácia com desconto mesmo após a contestação.

A depoente citou ainda que “os telefones do departamento jurídico não param de tocar porque as pessoas estão preocupadas com os seus processos, com suas análises, com as suas revisões” e que há pessoas que, inclusive, têm “indo lá no sindicato para devolver o dinheiro que o INSS lhes devolveu”.

“Eu quero ver esse trabalho que eles fizeram. Eu só acredito vendo essa pesquisa que eles fizeram em 245 mil pessoas. Mas eu não acredito de jeito algum que foi feito isso. Eu não acredito de jeito algum”, completou.

O esquema de descontos irregulares foi revelado em abril após operação conjunta da PF (Polícia Federal) e da CGU (Controladoria-Geral da União).