Entenda as divergências de Mauro Cid e Braga Netto no plano de golpe

Tenente-coronel e general ficam frente a frente durante acareação no Supremo nesta terça-feira (24)

Da CNN Brasil, São Paulo e Brasília
O tenente-coronel Mauro Cid e o general Walter Souza Braga Netto  • DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO/Beto Barata/PR
Compartilhar matéria

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, vão ficar frente a frente nesta terça-feira (24), no Supremo Tribunal Federal (STF), em uma acareação para esclarecer versões contraditórias em seus depoimentos na ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.

O procedimento será realizado às 10h, a portas fechadas na sala de audiências do Supremo, com a presença de Cid, Braga Netto, seus advogados, do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte, e da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Às 11h, será a vez de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e réu no processo, e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército e testemunha na ação penal, ficarem frente a frente.

Quais as divergências entre Cid e Braga Netto?

Segundo os advogados de Braga Netto, há divergências em dois pontos principais entre os depoimentos do ex-ministro e do tenente-coronel Mauro Cid.

O primeiro refere-se à reunião realizada em novembro de 2022 na residência de Braga Netto. De acordo com Cid, o encontro teve como objetivo discutir o plano denominado "Punhal Verde e Amarelo".

O delator afirmou ainda que, durante a reunião, os participantes manifestaram insatisfação com os resultados das eleições e com a forma como as Forças Armadas estavam lidando com o tema.

Segundo ele, o ex-ministro teria então solicitado que Cid se retirasse do encontro, pois a partir daquele momento seriam discutidas “medidas operacionais” das quais, por sua proximidade com o ex-presidente, ele não poderia participar - versão que Braga Netto nega.

A segunda divergência envolve uma suposta entrega de dinheiro feita por Braga Netto a Mauro Cid, que teria repassado os valores ao major De Oliveira, apelidado de “kid preto”, para financiar atos antidemocráticos. O dinheiro teria sido entregue dentro de uma caixa de vinho.

Cid afirmou que o ex-ministro fez a entrega no Palácio da Alvorada. A defesa de Braga Netto, no entanto, nega essa versão.