Ex-assessor de Gabriel Monteiro relata ameaças após denunciar vereador

Queixa por coação foi registrada na mesma delegacia que investiga vazamento de vídeo íntimo com menor de idade

Paula Martini, da CNN, no Rio de Janeiro
Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em vários endereços ligados ao vereador Gabriel Monteiro no dia 8 de abril  • Foto: REGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
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O ex-assessor parlamentar Vinicius Hayden Wietze registrou uma queixa por coação contra o vereador Gabriel Monteiro (PL) na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes). Ele relatou estar sofrendo ameaças através das redes sociais após ter os dados vazados por Gabriel Monteiro.

Na segunda-feira (18), o ex-assessor foi chamado na delegacia para prestar esclarecimentos sobre um celular que ele mesmo entregou à polícia. O aparelho teria registros de conversas que podem ajudar na investigação.

De acordo com o delegado Luís Maurício Armond, o ex-assessor alegou que está sendo coagido ao prestar esclarecimentos na sede policial.

"Durante o depoimento, ele alegou que está sendo coagido porque Gabriel teria vazado dados como telefone e endereço, e ele estaria sofrendo ameaças por denúncias que prestou. O celular foi entregue pelo assessor antes da operação de busca e apreensão, mas só chegou até nós na segunda-feira. Por isso nós o chamamos na delegacia e ele permitiu acesso ao aparelho, que também será encaminhado para perícia", explicou o delegado à CNN.

Procurada, a equipe do vereador informou que ainda não tomou ciência dos autos.

A delegacia é a mesma que investiga o vazamento de um vídeo íntimo de Gabriel Monteiro com uma adolescente de 15 anos.

As denúncias desencadearam uma operação que realizou buscas na casa e no gabinete do vereador na Câmara Municipal, no dia 8 de abril. Os policiais apreenderam 17 celulares, além de computadores e armas.

A Polícia Civil aguarda análise técnica do material apreendido, que será feita com auxílio de um software israelense que permite a extração de dados bloqueados ou apagados pelo usuário. A tecnologia também foi utilizada pela polícia na investigação contra o Doutor Jairinho, ex-vereador acusado de torturar e matar o enteado Henry Borel.