Gilmar diz que gestão de Barroso será lembrada por condenação de Bolsonaro
Decano do STF foi o primeiro a discursar após a declaração de balanço de gestão fala de despedida feita pelo próprio Barroso
O ministro Gilmar Mendes, decano do STF (Supremo Tribunal Federal), prestou homenagem ao fim da presidência da Corte pelo ministro Luís Roberto Barroso, nesta quinta-feira (25). Segundo Mendes, a gestão de Barroso será lembrada na história por condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.
"A presidência de vossa excelência entra para a história como a primeira vez em que um ex-chefe de Estado, ao lado de militares de alta patente, é condenado por golpe ou tentativa de golpe de Estado no Brasil", disse na sessão que prestou homenagem a Barroso.
Gilmar citou que esse é um evento "raríssimo também em termos mundiais, dado o abalo que um julgamento de tal porte provoca nas instituições. Com efeito, até então apenas outros 9 ex-Chefes de Estado haviam sido condenados por golpe de Estado após a 2ª Guerra Mundial".
"A atuação de vossa excelência como presidente do Supremo foi o coroamento de toda sua trajetória intelectual e profissional, pois concretizou o que vossa excelência escreveu e praticou ao longo de sua vida", completou o ministro.
O decano do Supremo foi o primeiro a discursar após a declaração de balanço de gestão fala de despedida feita pelo próprio Barroso. Gilmar Mendes e o atual presidente do STF já protagonizaram discussões acaloradas em plenário que são lembradas até os dias atuais. No entanto, ambos mantêm hoje uma postura mais estável e de cordialidade.
Gilmar também ponderou que Barroso conduziu o STF em um momento de pressão sobre o Poder Judiciário. "Após uma nova rodada de violência e ousadia inédita que se rompeu sobre essa corte durante a vossa presidência, posso asseverar novamente, com renovada convicção, o Supremo Tribunal Federal sobreviveu."
A sessão desta quinta é a última de Barroso sob o comando do Supremo. Na próxima segunda-feira (29), o ministro Edson Fachin tomará posse como presidente e Alexandre de Moraes como vice.