Gilmar nega desconforto no STF e diz que Moraes tem apoio da Corte
Decano da Suprema Corte foi questionado sobre decretação de prisão domiciliar de Jair Bolsonaro; segundo ele, integrantes do Judiciário confiam em Alexandre de Moraes
O ministro decano do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, negou que a decisão sobre a prisão domiciliar contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha causado desconforto entre os ministros da Corte.
Questionado pela imprensa, Gilmar Mendes afirmou que o ministro Alexandre de Moraes tem apoio dos outros magistrados do Supremo.
“[Decisão da prisão não causou] Nenhum desconforto. O Alexandre tem toda a nossa confiança e o nosso apoio”, disse Gilmar Mendes durante evento do Instituto Esfera Brasil.
Em sua decisão, Moraes argumentou que o ex-presidente tem feito "reiterado descumprimento das medidas cautelares". Bolsonaro também está proibido de receber visitas, com exceção de seus advogados, podendo apenas ter contato com pessoas autorizadas pelo Supremo.
Nesta quarta, o ministro do STF autorizou que filhos, cunhadas e netos visitem o ex-presidente.
Sanção dos EUA a Moraes
Na semana passada, os Estados Unidos aplicaram a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes. Em um comunicado justificando a aplicação da lei, Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, afirmou que “Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.”
Na avaliação do ministro Gilmar Mendes, as sanções impostas a Moraes indicam uma tentativa de interferência dos EUA na soberania do Brasil. A tarifa norte-americana de 50% sobre as importações brasileiras entra em vigor nesta quarta-feira (6).
“Seria inadmissível que nós, nas nossas pretensões comerciais, exigíssemos mudanças de entendimento da Suprema Corte americana. Isso seria impensável. Da mesma forma também se aplica ao Brasil”, afirmou Gilmar a jornalistas.


