Gilmar presta solidariedade e diz que Moraes assegurou a democracia

Segundo o decano do STF, sanções são afrontas à independência do Judiciário e à soberania brasileira

Davi Vittorazzi, da CNN, Brasília
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O ministro decano do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, prestou solidariedade nesta segunda-feira (22) ao ministro Alexandre de Moraes e à esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, que sofreram sanções dos Estados Unidos.

Segundo o decano, Moraes foi firme ao enfrentar ameaças e conduzir o processo que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete por tentativa de golpe de Estado.

Na nota, Gilmar diz que é preciso recordar que o Brasil esteve à beira de um golpe de Estado, com invasão e depredação de prédios públicos, acampamentos pedindo intervenção militar e até planos de assassinato contra autoridades.

"Coube ao ministro Alexandre, com coragem e firmeza, enfrentar essa ameaça e assegurar que a democracia prevalecesse", relatou.

O decano também afirmou que as sanções contra o ministro e seus familiares são afrontas direta à independência do Poder Judiciário e violam a soberania do Brasil.

"Punir um magistrado e seus familiares por cumprir seu dever constitucional é um ataque direto às instituições republicanas. Reitero meu total apoio ao colega e amigo, convicto de que o Supremo Tribunal Federal seguirá forte e fiel ao seu compromisso com a Constituição", acrescentou.

Mais cedo, o ministro Flávio Dino e o próprio STF publicaram notas em solidariedade ao ministro e à Viviane.

A sanção da aplicação da Lei Magnitsky contra a esposa e os filhos do ministro Alexandre de Moraes foi divulgada nesta segunda pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. Enquanto o advogado-geral da União, Jorge Messias, e outras cinco pessoas tiveram vistos revogados.

Em 30 de julho, o governo norte-americano aplicou a mesma lei contra Moraes. Na legislação norte-americana, a Lei Magnitsky é um mecanismo usado para punir unilateralmente supostos violadores de direitos humanos no exterior.

Veja a nota de Gilmar Mendes na íntegra: