Girão lança candidatura à Presidência do Senado sem apoio do partido

Parlamentar enfrentará o atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN), do partido do presidente Jair Bolsonaro

Gabriel Hirabahasi e Luciana Amaral, da CNN, em Brasília
Senador Eduardo Girão (Podemos-CE) em sessão sobre a Covid-19
Senador Eduardo Girão (Podemos-CE)  • Edilson Rodrigues/Agência Senado
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O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) anunciou, no fim de semana, sua candidatura à Presidência do Senado Federal. O parlamentar disputará o cargo contra o atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN).

“Tenho sentido e penso que essa Casa está muito distante dos interesses da sociedade. Não tem nos representado, não de hoje, mas há muito tempo vem engavetando projetos importantes para o país. Como, por exemplo, para que a gente possa voltar a ter harmonia e independência entre os Poderes”, afirmou, em sua conta no Twitter.

A CNN apurou que o Podemos não tomou uma decisão sobre a candidatura de Girão, vista como uma iniciativa própria do senador e que não conta, no momento, com o apoio dos correligionários.

Dentro da bancada do Podemos, a candidatura de Girão é tida com certo ceticismo. Há quem acredite que ele não conseguirá atrair os votos dos bolsonaristas -- que tendem a ficar ao lado de Rogério Marinho, que é do partido do presidente da República, Jair Bolsonaro, o PL, -- nem dos simpáticos a Pacheco -- mais moderados do que o tom dos últimos discursos de Girão.

O Podemos oficialmente ainda não se posicionou sobre quem vai apoiar na disputa pelo comando do Senado, prevista para o início de fevereiro do ano que vem.

O partido tem a terceira maior bancada no Senado, com oito senadores, empatado com o PL. O MDB, com 13 senadores, e o PSD, com 12 senadores, são as duas legendas mais fortes na Casa Alta do Congresso Nacional.

Pacheco deve contar com o apoio da base do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de integrantes do MDB e União Brasil. Rogério Marinho lançou, na semana passada, sua candidatura ao comando do Senado para enfrentar Pacheco.

O PL terá a bancada mais numerosa do Senado no ano que vem, com 14 senadores. O PSD terá 11. O União Brasil e o MDB terão dez senadores cada.