Governo aponta riscos e quer mais segurança em presídio onde está Marcola

Pedido da cúpula do Sistema Penitenciário Federal é para nomeação de aprovados em concurso; Divisão de Segurança de Brasília cita riscos

Elijonas Maia, da CNN, Brasília
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O Sistema Penitenciário Federal enviou pedido ao Ministério da Justiça para que o governo federal nomeie novos policiais penais para reforçar a segurança da Penitenciária Federal em Brasília, que é de segurança máxima e abriga a cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital).

O objetivo da solicitação é preencher os cargos que estão vagos, devido à aposentadoria ou saídas do órgão, por exemplo, ou a envio de policiais para funções de inteligência. O pedido é do mês passado.

O trâmite é o Ministério da Justiça acionar o Ministério da Gestão e Inovação, responsável por liberar cargos, mas que ainda precisa de aval da Casa Civil.

A Penitenciária de Brasília, considerada a mais segura do Brasil, abriga Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder do PCC.

Seu braço direito, “Fuminho”, e o irmão de Marcola também estão presos na unidade, além de um integrante da máfia italiana e Luiz Carlos da Rocha, conhecido como "Cabeça Branca", um dos maiores e mais ricos traficantes do Brasil, que ficou foragido por quase 30 anos.

Além de Brasília, há outras quatro penitenciárias federais no Brasil, que são em Mossoró (RN), Porto Velho, Catanduvas (PR) e Campo Grande.

Em meio a esse pedido da cúpula do Sistema Penitenciário Federal, também há outra solicitação no mesmo sentido, que é assinada pelo chefe da Divisão de Segurança da Penitenciária de Brasília, que pede reforço de policiais penais para o setor.

O pedido também é do mês passado e argumenta que a escassez de efetivo pode comprometer a segurança dos agentes, especialmente "diante da alta periculosidade" dos presos da unidade.

Apesar dos pedidos e da confirmação de baixo efetivo, fontes da Penitenciária e do SPF garantem que não há risco na unidade e que é a mais segura e estratégica do sistema. E que os pedidos seriam rotineiros, para aumentar o efetivo.

Policiais penais ouvidos pela reportagem, no entanto, sustentam que precisam de mais agentes nas cinco unidades federais, principalmente em Brasília e relembram a fuga histórica em Mossoró, quando dois integrantes do Comando Vermelho fugiram e foram perseguidos por 51 dias.

O Ministério da Justiça informou à CNN que enviou o pedido para a pasta da Gestão, chefiada por Esther Dweck, e aguarda retorno para avançar nas nomeações.