Integrantes do PT reclamam de adiamento da PEC da Transição

Para senador Humberto Costa, envolvimento direto de Lula será decisivo para aprovação do texto

Leandro Resende
Movimentação no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), sede da equipe de transição - 05/11/2022  • WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
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Deputados e senadores petistas ouvidos pela CNN reclamaram do adiamento do texto da chamada "PEC da Transição", a proposta de alteração da Constituição que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalha para aprovar ainda neste ano, como forma de manter o pagamento do Auxílio Brasil/Bolsa Família de R$ 600 em 2023.

O adiamento foi anunciado pelo senador eleito Wellington Dias (PT-PI) perto das 11h da manhã desta sexta-feira (11), e o projeto deve ser apresentado apenas na próxima quarta (16). A decisão surpreendeu petistas consultados pela reportagem, que defendem o envolvimento de Lula na negociação do texto.

"O tempo é curto, os parlamentares que precisam aprovar o texto não são os que irão legislar em 2023 e estamos 'no governo dos outros'", afirmou um parlamentar que defende o envolvimento pessoal de Lula na articulação da medida.

Segundo Dias, o adiamento da divulgação do texto final se deu para evitar que o texto fosse aprovado no Senado e, depois, alterado na Câmara. Nesse cenário, a Proposta de Emenda à Constituição precisaria voltar para ser discutida no Senado, o que dificultaria ainda mais a aprovação da proposta.

Integrante da equipe de transição, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que as propostas para 2022 precisam ter em consideração qual é o tamanho do montante que será inserido no texto. "A recomposição do orçamento da Saúde, por exemplo, depende de qual será o valor dessa PEC. Depende dessa solução que o Congresso vai aprovar".

Para ele, o envolvimento direto de Lula será decisivo para aprovação do texto. "O presidente quer e vai conseguir operacionalizar com o parlamento", afirmou.