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    Investigação demonstrará motivação política, dizem advogados de Marcelo Arruda

    Em comunicado, representantes da família do petista assassinado criticam hipótese descartada pela Polícia Civil paranaense: "Relatório é recheado de contradições e imprecisões"

    Leandro ResendeLéo Lopesda CNN , no Rio de Janeiro e São Paulo

    Os advogados de Marcelo Arruda e seus familiares divulgaram, nesta sexta-feira (15), uma nota após a notícia de que a Polícia Civil do Paraná descartou a hipótese de motivação política no assassinato do guarda municipal e militante petista.

    Os representantes da família teceram críticas à investigação e disseram que, “por certo, a necessária continuidade das investigações demonstrará a nossa convicção quanto as motivações políticas do assassinato”.

    Os advogados ainda afirmaram que não tiveram acesso oficial ao relatório da conclusão da investigação, tendo descoberto que a motivação política foi descartada através de notícias veiculadas na imprensa.

    “O relatório apresentado é recheado de contradições e imprecisões que demonstram a deficiente formação do mesmo”, afirma a nota.

    Eles ainda questionam a intenção do agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho, acusado pelo crime.

    “Como o autor do fato vai até a festa de Marcelo – evidenciado o conteúdo político do evento – senão para impedi-lo ou frustrá-lo? Faria o mesmo se fosse um aniversário sem conteúdo político decorativo?”, disseram os representantes da família de Arruda.

    Os advogados argumentam que “os fatos e imagens” já divulgados “evidenciam a prática de homicídio qualificado motivado por ódio em face de razões políticas”.

    “A desconsideração dos requerimentos dos familiares, a negativa de procedimentos operacionais com vistas a cumprir o exarado no Parecer do MP, bem como o atropelo injustificado (faltando ainda 4 dias para o derradeiro prazo de conclusão) tornam insuficientes e duvidosos os resultados apresentados, observando-se ainda, que sequer perícia sobre os bens apreendidos foi concluída”, pontua a nota.

    “Os familiares de Marcelo Arruda, ainda esperam que se faça Justiça, clara, limpa, transparente e saudável como a boa água!”, concluem os advogados.

    Conclusões são prematuras, diz PT-PR

    Em nota, o PT do Paraná disse manifestar “surpresa” com o resultado do inquérito e afirmou que as conclusões são “prematuras”, podendo “levar à interpretação de que o que teria ocorrido com Marcelo seria fruto de uma briga comum sem motivações políticas, narrativa esta contestada pelos fatos amplamente divulgados na imprensa, com imagens e depoimentos que provam a motivação política do crime”.

    O partido pede, ainda que o inquérito seja federalizado, com a participação da Justiça Eleitoral, Procuradoria-Geral da República e Supremo Tribunal Federal, “para que salvaguardem o direito dos cidadãos, a manifestarem livremente suas opções políticas, sem que corram risco de serem assassinado”. “O que ocorreu com Marcelo Arruda não pode ser naturalizado, tão pouco banalizado, sob o risco de que a democracia brasileira sofra um processo traumático e sem precedentes de ruptura”, acrescenta o partido.

    Veja a nota na íntegra:

    Nota oficial do PT-PR sobre inquérito da Polícia Civil do caso Marcelo Arruda

    O Partido dos Trabalhadores do Paraná vem a público manifestar sua surpresa com o resultado do inquérito apresentado pela Polícia Civil do Paraná, na manhã desta sexta-feira, 15, sob a direção da Delegada Camila Cecconelo, a respeito do brutal assassinato de Marcelo Arruda, ocorrido em Foz do Iguaçu, no sábado, 9 de julho.

    Entendemos que as conclusões que constam no inquérito apresentado pela Polícia Civil e Secretaria de Segurança Pública, são prematuras, e que podem levar a interpretação de que o que teria ocorrido com Marcelo, seria fruto de uma briga comum sem motivações políticas, narrativa esta, contestada pelos fatos amplamente divulgados na imprensa, com imagens e depoimentos que provam a motivação política do crime.

    Causa-nos preocupação o fato de que os advogados de Marcelo, não tenham tido amplo acesso as diligências e investigações desenvolvidas pela Polícia Civil, conforme divulgado em nota pública pelos mesmos. Reiteramos que a participação dos advogados, dos envolvidos nas diligências, é fator indispensável ao bom cumprimento do direito penal, e das garantias legais que regem o estado de direito.

    Reiteramos também, nosso apelo para que este inquérito seja federalizado com a participação da Justiça Eleitoral, PGR e STF, para que salvaguardem o direito dos cidadãos, a manifestarem livremente suas opções políticas, sem que corram risco de serem assassinados. Na tarde desta quinta-feira, 14, partidos políticos de diversas matizes, pediram para que o Tribunal Superior Eleitoral contenha a violência política neste momento tão conturbado da vida pública brasileira, e que não permita mais que nenhuma manifestação de ódio feita pelo Presidente da República venha a dar mais combustível a ações violentas como presenciadas em Foz do Iguaçu.

    O encerramento apressado das investigações desse crime bárbaro é, acima de tudo, uma ofensa à família de Marcelo, além de um prognóstico preocupante de conivência das autoridades com os futuros episódios de violência que ameaçam as eleições deste ano.

    O que ocorreu com Marcelo Arruda não pode ser naturalizado, tão pouco banalizado, sob o risco de que a democracia brasileira sofra um processo traumático e sem precedentes de ruptura. Continuaremos na luta por justiça para Marcelo e contra toda forma de violência política.

    Partido dos Trabalhadores do Paraná

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