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    Investigação sobre venda de joias recebidas por Bolsonaro começou por acaso na CGU

    Controladoria-Geral da União apurava a falsificação do cartão de vacina do ex-presidente quando descobriu mensagens trocadas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens

    Leonardo RibbeiroKarine Gonzagada CNN , Brasília

    Antes de a Polícia Federal (PF) ter acesso à troca de e-mails entre o tenente-coronel Mauro Cid e uma possível compradora do relógio da marca Rolex recebido de presente por Jair Bolsonaro (PL), os documentos já se encontravam com a Controladoria-Geral da União (CGU).

    A informação foi confirmada à CNN, nesta quinta-feira (17), por fontes da pasta.

    VÍDEO – Veja a cronologia do caso da venda do Rolex por Mauro Cid

    O arquivo com todos os e-mails havia sido solicitado pelo setor de investigação da CGU, que apurava um outro caso: o da falsificação do cartão de vacina do ex-presidente e de familiares. Em meio à vasta documentação, estavam as mensagens trocadas entre o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e a representante de uma loja de joias.

    Ao tomar conhecimento de tais informações, a CGU remeteu todo o conteúdo à Polícia Federal, que deu sequência à investigação.

    Na semana passada, equipes da PF fizeram uma operação para apurar suposta tentativa, por parte de militares ligados ao então presidente Jair Bolsonaro (PL), de vender ilegalmente presentes dados ao governo brasileiro por autoridades estrangeiras.

    Entre os alvos estavam Mauro Cid, o pai dele, Mauro Lourena Cid, o tenente Osmar Crivelatti, que também foi ajudante de ordens de Bolsonaro e o advogado Frederick Wasseff, que trabalhou para o ex-presidente.

    Outro lado

    Quando a operação estourou, a defesa de Jair Bolsonaro afirmou que o ex-presidente “jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos”. Os advogados colocaram sua movimentação bancária à disposição das autoridades. Ele não é alvo da investigação.

    Já o advogado Cezar Roberto Bitencourt, que defende o tenente-coronel Mauro Cid, disse que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro era um assessor que cumpria ordens do chefe.

    VÍDEO – Mauro Cid era assessor e cumpria ordens do chefe, diz à CNN advogado de ex-ajudante de ordens

    “Mauro Cid, como assessor, segue ordens, cumpre ordens do chefe. [Cid] não tinha como se desvincular. Ele assessorava o presidente numa variedade de situações, além inclusive da função oficial. Quer dizer, ele servia para tudo”, declarou Bitencourt.

    Já Wassef assumiu ter recomprado Rolex e diz que não foi a pedido de Bolsonaro. A reportagem não localizou os defensores de Lourena Cid e de Crivelatti.

    Veja também: Para cúpula do Exército, Mauro Cid extrapolou papel de ajudante de Bolsonaro

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