Itamaraty confirma libertação dos 13 brasileiros de flotilha interceptada

Brasileiros participavam de flotilha humanitária rumo à Faixa de Gaza quando foram detidos por Israel

Anna Júlia Lopes, da CNN Brasil, em Brasília
Treze brasileiros reunidos na Jordânia, após serem libertados da prisão em Israel  • Divulgação/Global Sumud Flotilla.
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O Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, anunciou nesta terça-feira (7) que os 13 brasileiros que ainda estavam detidos em Israel por participarem de uma flotilha humanitária foram conduzidos até a fronteira com a Jordânia e libertados.

Segundo comunicado, representantes do Itamaraty em Israel e na Jordânia providenciaram veículos que estão transportando, nesse momento, os brasileiros para Amã, capital da Jordânia.

A deportação ocorreu nesta manhã, às 6h, horário de Brasília (12h, no horário local), quando o grupo foi levado da prisão de Ktzi'ot até a fronteira com a Jordânia.

A pasta também defendeu o "caráter pacífico" da flotilha e fez um apelo para que a comunidade internacional exigisse de Israel a cessação do bloqueio à Faixa de Gaza, por constituir "grave violação ao direito internacional humanitário".

A flotilha Global Sumud (palavra que significa "resiliência" em árabe) era composta por embarcações que levavam civis de mais de 50 países rumo a Gaza. O objetivo era romper o cerco feito por Israel por mar e abrir um corredor humanitário na região. No entanto, a marinha israelense interceptou os barcos na quarta (1º), mantendo os passageiros detidos.

Ao todo, 14 brasileiros foram presos. Dentre eles, estavam o ativista Thiago Ávila e a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).

Foi liberado antes o professor de educação física e militante do Psol, Nicolas Calabrese, que concordou em assinar o termo de deportação. Calabrese chegou ao Brasil na segunda-feira (6).

Desde o momento em que Israel interceptou a flotilha, o Brasil condenou a operação por colocar "em risco a integridade física de manifestantes em ação pacífica". O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que a prisão dos brasileiros era "absurda".

Segundo a organização da flotilha, os ativistas presos sofreram “graves abusos” sob custódia israelense, incluindo a negação de acesso a medicamentos e violência física.

De acordo com o brasileiro Nicolas Calabrese, o grupo era submetido a uma situação de fome e sede. Em entrevista à CNN, ele disse ainda que a líder da flotilha, a ativista sueca Gretha Thunberg, foi um dos principais alvos de "humilhações" por parte dos militares israelenses.