Itamaraty rechaça manifestação da Embaixada dos EUA sobre tarifaço
Representação dos EUA no Brasil defendeu que imposição de tarifa ocorre em resposta aos ataques a Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio dos EUA
O Itamaraty rechaçou, nesta terça-feira (15), “manifestações indevidas” do Departamento de Estado e da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil sobre o tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump.
“O governo brasileiro deplora e rechaça, mais uma vez, manifestações do Departamento de Estado norte-americano e da embaixada daquele país em Brasília que caracterizam nova intromissão indevida e inaceitável em assuntos de responsabilidade do Poder Judiciário brasileiro”, destacou a manifestação.
O Ministério das Relações Exteriores ainda afirma que “tais manifestações não condizem com os 200 anos da relação de respeito e amizade entre os dois países”.
A diplomacia brasileira destacou que vem negociando com autoridades norte-americanas, desde março, “questões relativas a tarifas, de interesse mútuo, e está disposto a dar sequência a esse diálogo, em benefício das economias, dos setores produtivos e das populações de ambos os países”.
“A equivocada politização do assunto não é de responsabilidade do Brasil, país democrático cuja soberania não está e nem estará jamais na mesa de qualquer negociação”, completa.
Horas antes, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, em postagem nas redes sociais, em que cita a imposição de tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil, afirmou que a medida responde a ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Esses ataques são vergonhosos e desrespeitam as tradições democráticas do Brasil”, escreveu na ocasião.
A manifestação repercutiu declaração de Darren Beattie, subsecretário de Diplomacia Pública dos EUA, em que classifica as tarifas como uma consequência à “Suprema Corte de [Alexandre de] Moraes e ao governo Lula por seus ataques a Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio americano”.


