Lula diz que enfrentará brigas e conversas para “destruir” orçamento secreto
Petista participou de reunião com ex-candidatos à Presidência que estão o apoiando em 2022
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (19), que precisará enfrentar muitas brigas, conversas e reuniões para “resolver o problema” do orçamento secreto, caso seja eleito presidente em outubro.
“Todo mundo sabe a briga que a gente vai ter para destruir esse tal de orçamento secreto. Todo mundo sabe que a gente vai ter uma briga, muita conversa, muita reunião, para que a gente possa resolver esse problema no orçamento secreto”, acrescentou.
A fala de Lula ocorreu em São Paulo, durante um encontro com vários ex-candidatos à Presidência que estão apoiando a sua candidatura neste ano.
Além de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e de aliados próximos como Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL), estavam presentes também Cristovam Buarque (Cidadania), Henrique Meirelles (União Brasil), João Vicente Goulart (PCdoB), Luciana Genro (PSOL) e Marina Silva (Rede) – todos eles foram candidatos ao Palácio do Planalto entre 2006 e 2018.
A reunião foi antecipada pelo analista da CNN Caio Junqueira.
“A gente vai ter que mudar a palavra e dizer que nós não vamos governar, nós vamos tentar cuidar desse país, cuidar do nosso povo. Nós vamos restabelecer a palavra soberania em sua plenitude, redefinir o papel de cada um, porque as instituições estão desmontadas, muitas vezes até desmoralizadas”, completou o petista.
Lula também disse que a eleição presidencial deste ano é “atípica” e reafirmou que está buscando vencer o pleito já no primeiro turno, em 2 de outubro.
“Estou trabalhando para ganhar no primeiro turno nesta eleição. Cada gesto meu é na perspectiva de mostrar, para a sociedade, que eu quero ganhar. Obviamente que é uma eleição atípica, porque todos os candidatos, desde o atual presidente ou os outros, estão em uma briga mais forte contra mim do que contra o próprio presidente, porque eles não querem que eu ganhe no primeiro turno”, disse Lula.
Segundo o ex-presidente, o atual pleito reúne duas brigas, uma de “um lado para derrotar Bolsonaro” e outra que tenta impedir que os petistas vençam no primeiro turno.
Lula ainda mencionou que nunca foi eleito no primeiro turno. Em 2002 e 2006, quando venceu as eleições presidenciais, ele disputou o segundo turno com José Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (à época no PSDB), respectivamente.
“Eu, até agora, só ganhei eleições no segundo turno. Mas não é porque eu gosto do segundo turno. Eu sempre trabalhei para ganhar no primeiro, mas sempre tinha alguém que não deixava eu ganhar”, afirmou o ex-presidente.
Debate
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro. O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.
Fotos – todas as mulheres que se candidataram à Presidência
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Lívia Maria (PN), em 1989, foi a primeira candidata a presidente; ela ficou na 16ª colocação, com 0,26% dos votos válidos, no pleito que terminaria com vitória de Fernando Collor (PRN) no segundo turno • Reprodução
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Thereza Ruiz (PTN), em 1998, foi a segunda a concorrer. Ela obteve 0,25% dos votos válidos. Ela ficou na 10ª colocação em uma disputa de 12 candidatos - o vencedor foi Fernando Henrique Cardoso (PSDB), reeleito no primeiro turno • Reprodução
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Em 2006, a então senadora Heloísa Helena (PSOL) foi a primeira mulher a romper a barreira de 1 milhão de votos - ela, na verdade, conseguiu o voto de 6.575.393 dos eleitores (6,85% dos votos válidos) e ficou em terceiro lugar na eleição que seria vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reeleito no segundo turno • JOEDSON ALVES/ESTADÃO CONTEÚDO
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As eleições de 2006 também marcaram a primeira chapa 100% feminina da história das eleições brasileiras. A cientista política Ana Maria Rangel, candidata a presidente, e a advogada Delma Gama, candidata a vice, formaram a chapa do PRP e receberam 0,13% dos votos válidos • Reprodução
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Em 2010, Dilma Rousseff (PT), candidata do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi a primeira mulher presidente na história do Brasil. No segundo turno, a petista recebeu 58,99% dos votos válidos e venceu o pleito contra José Serra (PSDB), conquistando a reeleição quatro anos depois, dessa vez contra Aécio Neves (PSDB). Dilma acabou sofrendo impeachment em 2016
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Marina Silva, então senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, concorreu pela primeira vez em 2010, repetindo a dose em 2014 e 2018, sempre por partidos diferentes. Pelo PV, ela ficou em terceiro em 2010 (19.33% dos votos válidos), e terminou na mesma posição em 2014, agora pelo PSB, com 21,32%. Em 2018, pelo partido que ajudou formar, a Rede, ficou na oitava posição (1% dos votos válidos) • Victor Moriyama/Getty Images
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O pleito de 2014 também teve a participação feminina de Luciana Genro (PSOL) - a terceira presidenciável naquele ano. Luciana foi a quarta colocada no primeiro turno, atrás de Dilma, Aécio e Marina, com 1,55% dos votos válidos • JF DIORIO/ESTADÃO CONTEÚDO
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Candidata a presidente em 2022, Vera Lúcia (PSTU) já havia tentando o mesmo cargo em 2018, na chapa "puro sangue" com Hertz Dias - a dupla ficou em 11º lugar entre 13 candidatos, com 0,05% dos votos válidos. Nas eleições de 2022, ela formará chapa 100% feminina com a indígena Kunã Yporã (Raquel Tremembé), da etnia Tremembé, do Maranhão • Romerito Pontes/Divulgação
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A senadora Simone Tebet (MDB) foi confirmada candidata à Presidência e, dias depois, anunciou outra senadora, Mara Gabrilli (PSDB), como sua vice. É a primeira chapa 100% feminina da história de partidos que têm representação no Congresso • 25/05/2022REUTERS/Adriano Machado
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Sofia Manzano (PCB) foi a décima candidata à Presidência da história do Brasil. Ela concorrerá tendo como vice o jornalista Antonio Alves, também do PCB • Pedro Afonso de Paula/Divulgação
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Senadora Soraya Thronicke (MS) foi confirmada pelo União Brasil como a 11ª candidata à Presidência da história do Brasil; seu nome para vice é o economista Marcos Cintra, do mesmo partido • ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO