“Quem tiver mais voto leva”, diz Bolsonaro após debate; Lula fala em “restabelecer harmonia neste país”
Candidatos a presidente discutiram temas como corrupção, salário mínimo, acesso às armas e pandemia em último debate marcado por trocas de acusações
![Lula e Bolsonaro posicionados para o último debate presidencial do segundo turno Lula e Bolsonaro posicionados para o último debate presidencial do segundo turno](https://www.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2022/10/assets_fotos_947_comecou-o-debate-com-os-candidatos-a-presidencia-da-republica-77-56eba5825c6d-1.jpg?w=1220&h=674&crop=1&quality=85)
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Na antevéspera do segundo turno da eleição para presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) se enfrentaram na noite desta sexta-feira (28) no último debate da campanha. No encontro promovido pela TV Globo, os presidenciáveis trocaram acusações, defenderam seus governos e discutiram temas como corrupção, salário mínimo, acesso às armas e a pandemia.
Após o debate, em entrevista à jornalista Renata Lo Prete, Bolsonaro disse sobre resultado das eleições no domingo (30) que “quem tiver mais voto leva”, indicando que respeitará os resultados das urnas. Ele ressaltou que “não se arrepende” de ter entrado com pedido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre inserções de sua campanha que não teriam sido veiculadas em rádios no Nordeste.
“Se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não tivesse culpa de nada, não teria demitido o funcionário da forma como demitiu trinta minutos depois que ele apresentou que o TSE não estava fazendo a sua parte”, disse. “O TSE, no meu entender, deveria pelo menos investigar [as denúncias]”, completou.
Já Lula encerrou o debate dizendo que, se depender do povo brasileiro, ele voltará a ser presidente para “reestabelecer a harmonia neste país”. “Possivelmente, os melhores momentos que este país viveu, nessas últimas décadas, foi no tempo que eu governei esse país. Porque não tinha briga, não tinha confusão, não tinha ódio”, afirmou.
O petista ressaltou que, no seu governo, o Ministério da Educação foi o maior vendedor de livros do mundo. “Eram distribuídos 16 milhões de livros didáticos para o ensino médio. A cultura funcionava. A educação funcionava. O povo trabalhava. O salário aumentava. Durante meu período de governo o salário aumentou todo ano acima da inflação. E a gente pode reconstruir este país. Depende única e exclusivamente de você ir votar no domingo”, concluiu, incentivando o comparecimento às urnas. A abstenção no segundo turno tem sido uma preocupação das duas campanhas.
Confira abaixo os principais destaques do debate.
Salário mínimo
Bolsonaro começou o debate dizendo que, mesmo diante de problemas com a pandemia, seu governo concedeu reajuste para os aposentados e elevou o salário mínimo.
Ele afirmou que o novo salário mínimo será de R$ 1.400 a partir do ano que vem. Segundo o presidente, Lula e o PT usaram a propaganda na televisão e nas inserções de rádio para dizer que o governo não irá reajustar o salário mínimo, as aposentadorias e vai acabar com direitos como o 13º, férias e horas extras. “Confirma isso? Fim do 13ª, das horas extras e das férias?”, questionou o presidente.
Lula começou sua participação agradecendo os votos que recebeu no primeiro turno e dizendo que sua candidatura representa “dez partidos políticos”, a “sociedade brasileira que defende a democracia”, as “mulheres que são vítimas de feminicídio”, além de trabalhadores, estudantes, o povo negro e os que amam a liberdade.
Sobre o salário mínimo, o ex-presidente afirmou que o valor atualmente é menor do que quando Bolsonaro assumiu o governo. “A verdade é que, durante todo o meu governo, eu aumentei o salário mínimo em 74%, enquanto ele não aumentou e agora é muito fácil prometer. Queria que ele respondesse o porquê, nesses quatro anos, ele não aumentou o salário mínimo”, disse.
O presidente disse que os reajustes não foram maiores por causa da pandemia e de uma “crise mundial”. “Fizemos o possível”, disse.
Os candidatos chamaram um ao outro de mentiroso.
“Se não fosse a gente trabalhar, os pobres estariam numa situação bastante difícil”, disse o presidente. “Estou querendo saber claramente por que você não deu aumento real para o salário mínimo, sendo que eu dei 74% de aumento real”, disse o petista.
Auxílio Brasil
Na esteira do salário mínimo, o Auxílio Brasil entrou em debate. Lula disse ser “sacanagem” comparar o Bolsa Família com o Auxílio Brasil porque o “Bolsa Família era só um dos programas de distribuição de renda que o Brasil tinha”. “Tinha condicionantes da criança estar na escola, da mulher vacinar as crianças, fazer o parto certinho, a gente tinha o PNAE, a gente fazia cisterna, era um conjunto de políticas públicas, não era só um Bolsa Família”, afirmou o ex-presidente. Segundo ele, no governo do PT, a economia vivia “um dos melhores momentos de sua história” e o PIB crescia 4%, enquanto atualmente cresce 1%.
Bolsonaro afirmou que Lula se “julga o pai dos pobres”. Ele questionou o petista sobre o valor de R$ 190 do Bolsa Família. Ele alegou que o programa de distribuição de renda criado no governo petista tornava as pessoas “escravas” do benefício.
Troca de acusações e corrupção
Na sequência, os candidatos trocaram acusações sobre corrupção. Lula questionou a quantidade de imóveis comprados pela família Bolsonaro com dinheiro vivo e citou as denúncias de rachadinhas envolvendo o presidente.
“Eu sou o único com atestado de idoneidade. Eu fui julgado para que você fosse eleito, por um juiz mentiroso, ganhei 26 processos da Justiça Federal, dois na ONU e na Suprema Corte. Agora, você tem que responder 36 processos”, afirmou o ex-presidente.
Bolsonaro afirmou que Lula não foi absolvido nos processos da Lava Jato e que foi “descondenado” por um “amigo do Supremo”, em referência ao ministro do STF Edson Fachin. O presidente questionou onde estão ex-integrantes do governo petista que foram condenados sob suspeita de corrupção.
Lula acusou o candidato do PL de “esconder” o ex-deputado federal Roberto Jefferson, a quem chamou de “pistoleiro”, em referência ao ataque a tiros a policiais federais no último domingo (23).
Bolsonaro falou que Jefferson era amigo de Lula, com participação no escândalo do mensalão.
“O Roberto Jefferson explodiu o seu governo, o mensalão. Atrás disso, veio o petrolão, veio tudo, mais de cem pessoas presas”, disse. Ele afirmou que a participação de Lula nas eleições indica para os jovens que o “crime compensa”.
Os presidenciáveis discutiram sobre a autoria das obras do rio São Francisco e também discutiram política externa no final do bloco.
Política externa
Lula disse que Bolsonaro isolou o Brasil do mundo e criticou o governo por não ter “política de comércio exterior”. O ex-presidente defendeu a política externa de seu governo. “Fui o único presidente a ser chamado para todas as reuniões do G8, participei da criação do Brics, que criou o G20”, afirmou.
Bolsonaro respondeu que seu governo teve três vezes mais acordos comerciais do que o governo petista. E declarou que a política externa petista é com “o ditador Maduro, com Cuba, e agora com a Argentina”.
Lula voltou a citar o caso das rachadinhas e as denúncias de desvio no MEC. “Quer continuar falando dessas bobagens, que continue. Eu vou continuar falando que o Brasil está mais isolado que Cuba. Os cubanos têm relação com quase toda a América do Sul; e você, não”, afirmou.
“Quem tá em guerra é a Ucrânia e a Rússia. Quando eu enfrentei a crise de 2008, que quebrou os EUA, no ano seguinte o Brasil cresceu 7,5%”, declarou.
Bolsonaro afirmou ter negociado fertilizante com a Rússia para afirmar que o país não está isolado. “Estamos avançando com o acordo comercial com a União Europeia e o Mercosul, temos muita coisa em andamento, o mundo árabe me recebe de braços abertos. Falei com Biden há pouco tempo, com todo mundo”, disse.
Lula afirmou que o Brasil era protagonista mundial e virou um “pária” durante o governo Bolsonaro. O presidente disse que a balança comercial do país está batendo recorde.
Combate à pobreza
Entre os temas possíveis para serem discutidos no segundo bloco, Lula optou por começar pelo combate à pobreza. Ele afirmou que, durante seu governo, o “povo tinha dinheiro para comprar comida, para trocar de fogão, de geladeira e de máquina de lavar roupa”. “Nós pegamos o governo e havia 40 milhões de pessoas que viajavam de avião. Quando eu deixei a Presidência, tinha 108 milhões de pessoas que viajavam de avião”, afirmou.
Segundo o petista, o país está atualmente empobrecido, com “24 milhões de pessoas aqui que não tem o suficiente para comer em casa”. “Eu gostaria de perguntar ao presidente por que o povo ficou tão miserável depois que ele assumiu”, disse.
O candidato do PL usou dados do Ipea para dizer que o país tinha 5,1% de pessoas em extrema pobreza e, mesmo com pandemia, a taxa ficou em 4%. “Diminuiu comigo a pobreza extrema”, disse. “Quem está com necessidade, se tem gente passando necessidade, é só se cadastrar no Auxílio Brasil”, acrescentou.
Lula disse que a reforma da Previdência aprovada no governo Bolsonaro reduziu “a quantidade de dinheiro que a pessoa pensionista recebe” e que aumentou o tempo da mulher para se aposentar. “Se o Guedes não te falou, no intervalo liga para ele, para ver porque o povo está passando fome. É porque o aposentado também está passando fome, é também porque o aposentado também não teve aumento de salário mínimo. É isso que está acontecendo nesse país, que você deveria saber”, disse.
Bolsonaro afirmou que seu governo ofereceu “o dobro” para que as pessoas possam “sair da linha da pobreza” e acusou o petista de ser “favorável” a que o povo “passe fome” para chegar ao poder e posar de “salvador da pátria”.
Bolsonaro negou que Guedes tenha proposto o fim do 13° e das férias por meio de um projeto de lei porque são direitos previstos na Constituição que não podem ser alterados. “Está no artigo 7, é cláusula pétrea, não tem como mexer”, disse.
O petista pediu para que quem estiver assistindo entre no Google para pesquisas o que Guedes disse.
Segundo Bolsonaro, o PT faz campanha para amedrontar a população.
Fotos — Veja quem declarou apoio a Lula e a Bolsonaro no segundo turno
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Simone Tebet (MDB) apoia Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Tebet foi candidata à Presidência da República nas eleições de 2022 e obteve quase 5 milhões de votos, ficando na terceira posição.
Sobre Lula, a senadora declarou: "Depositarei nele o meu voto, porque reconheço, no candidato Lula, o seu compromisso com a democracia e a Constituição, o que desconheço no atual presidente." • 07/10/2022REUTERS/Amanda Perobelli
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Entre os diversos apoios que recebeu de governadores, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou o suporte de Romeu Zema (Novo), reeleito em Minas Gerais, no segundo turno.
“Sempre dialoguei com Bolsonaro, vamos colocar divergências de lado. Acredito muito mais na proposta de Bolsonaro do que na do adversário”, afirmou Zema. • 04/10/2022 REUTERS/Adriano Machado
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O candidato à Presidência derrotado Ciro Gomes gravou um vídeo onde disse acompanhar a posição de seu partido, o PDT, de apoio a Lula. Ciro obteve cerca de 3% do total de votos no primeiro turno das eleições e ficou em quarto lugar.
Carlos Lupi, presidente do PDT, afirmou no evento em que formalizou o apoio ao petista que estar ao lado de Lula, nesse momento, "é estar do lado da democracia e dos brasileiros que lutam por uma sociedade mais justa e mais fraterna" • Ricardo Stuckert/Instituto Lula
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Cláudio Castro (PL), governador reeleito do Rio de Janeiro, declarou apoiar Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições.
“Como eu sou do partido do presidente, apoiador do presidente, não tinha como não vir aqui e tentar me esforçar muito para o Rio ser a capital da vitória da eleição do presidente Bolsonaro”, afirmou Castro. O governador está no poder desde maio de 2021, quando seu antecessor, Wilson Witzel, sofreu impeachment • Alan Santos/Presidência da República
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) declarou apoio ao candidato Lula (PT), seu adversário em disputas presidenciais em 1994 e 1998, vencidas pelo tucano, e sucessor na Presidência.
"Neste segundo turno, voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social. Voto em Luiz Inácio Lula da Silva", anunciou FHC nas redes sociais. • Ricardo Stuckert/Divulgação
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O senador eleito pelo Paraná, Sérgio Moro (União Brasil), afirmou que, "contra o projeto de poder do PT", declararia apoio a Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno, depois de uma saída tumultuada do ex-ministro da Justiça do atual governo federal, em 2020.
Após anunciar o voto no presidente, Moro também o acompanhou ao primeiro debate presidencial no segundo turno • ANDRÉ RIBEIRO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda do governo Michel Temer e ex-presidente do Banco Central do Brasil no governo Lula, declarou apoio ao petista no segundo turno das eleições.
"Essa história de só falatório pode impressionar muita gente, mas eu acredito em fatos. Eu olho e vejo os resultados. Isso me fez participar do evento de apoio ao Lula com tranquilidade e confiança, porque sei o que funciona, e o que pode funcionar no Brasil", afirmou Meirelles em evento reunindo apoiadores do candidato do PT. • Ricardo Stuckert/Divulgação
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Derrotado em sua tentativa de reeleição, governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele afirmou não ter pedido nada em troca para oferecer o apoio.
"Nesse segundo turno nós temos dois lados, o lado do PT e esse outro lado, e esse é o meu lado. Aliás, é o lado onde sempre estive, desde os meus 20 anos de idade, quando comecei a militar na vida pública", afirmou Garcia. • Reprodução/Facebook
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Os economistas que fizeram parte do Plano Real Armínio Fraga, Pérsio Arida, Pedro Malan, Edmar Bacha e André Lara Resende declararam apoio ao candidato Lula (PT), figura de oposição ao governo de Fernando Henrique Cardoso, do qual os cinco nomes fizeram parte.
• Armínio Fraga foi presidente do Banco Central no governo FHC.
• Pérsio Arida ocupou, no período de implementação do Plano Real, a presidência do Banco Central, entre janeiro e junho de 1995. Arida também presidiu o BNDES de 1993 a 1994, no governo Itamar Franco.
• Pedro Malan foi ministro da Fazenda durante o governo Fernando Henrique Cardoso e presidente do Banco Central durante o governo Itamar Franco.
• Edmar Bacha participou da equipe econômica que desenvolveu o Plano Real e foi presidente do BNDES no governo FHC.
• André Lara Resende foi diretor do Banco Central, sucedendo Pedro Malan em setembro de 1993 como negociador chefe da dívida externa, e um dos integrantes da equipe econômica que elaborou o Plano Real. • Reprodução
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O governador reeleito do DF, Ibaneis Rocha (MDB), declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Ibaneis levou 50,3% dos votos no primeiro turno das eleições. • Reprodução
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O Cidadania, com apoio de seu presidente, Roberto Freire, declarou apoio a Lula (PT). A justificativa para o apoio foi o temor pelos "risco de escalada autoritária", caso Jair Bolsonaro seja eleito.
A bancada do partido no Congresso optou por não endossar a decisão da sigla e se manteve neutro. O Cidadania faz parte de uma federação partidária com o PSDB, que não declarou apoiou nacionalmente a nenhum dos dois candidatos • Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
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O governador reeleito do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), formalizou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições. Ele participou de pronunciamento ao lado de Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em Brasília.
“Reafirmo o nosso compromisso com o presidente Bolsonaro e seu governo. A população do Paraná tem como uma de suas virtudes a gratidão. E o governo Bolsonaro foi o que mais investiu no nosso estado nos últimos 30 anos”, disse Ratinho • Dvulgação ANPr
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O governador reeleito do Pará, Helder Barbalho (MDB), foi um dos chefes de Executivo estadual que declarou apoio a Lula (PT). "Hoje estive em São Paulo com Lula para levar o nosso apoio à sua eleição. Nossa opção é pela democracia, pelo desenvolvimento econômico, retomada de aumento do emprego e da renda, defesa das instituições. Otimista pelo Brasil", escreveu Helder em suas redes sociais. Ele ganhou no primeiro turno com 70,41% dos votos válidos. O candidato do PL, Zequinha Marinho, ficou em segundo lugar, com 27,13% dos votos. • Ricardo Stuckert/Divulgação
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Governador reeleito de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), anunciou apoio ao lado de Jair Bolsonaro (PL) no Palácio da Alvorada. Ele afirmou que apoiará a reeleição do presidente principalmente pela “parceria” firmada entre o governo federal e o governo de Goiás nos últimos quatro anos. • 06/10/2022REUTERS/Adriano Machado
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O senador e ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) decidiu apoiar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da disputa eleitoral. O tucano foi derrotado duas vezes quando disputou a Presidência da República contra o PT; a primeira delas em 2002, contra Lula, e a segunda em 2010, contra Dilma Rousseff.
“Não vou me alongar sobre o tema. Diante das alternativas postas, votarei em Lula", disse o senador, que também declarou voto, em São Paulo, no candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos), apoiado por Bolsonaro. • Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil
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O ex-procurador da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol (Podemos), eleito deputado federal no Paraná, declarou apoio à candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno.
"No segundo turno meu voto vai ser em Bolsonaro, contra Lula e o PT. Nós precisamos unir o centro e a direita no Congresso em torno do combate à corrupção”, afirmou Dallagnol. • Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil (14.nov.2016)
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O ex-presidente do PSDB e senador Tasso Jereissati (CE) declarou apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva. O senador já foi por três vezes governador do Ceará e não concorreu nas eleições deste ano, anunciando que se aposentaria da política. No primeiro turno, apoiou Simone Tebet (MDB) na corrida presidencial. • Ricardo Stuckert/Reprodução/Twitter
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O senador reeleito Romário (PL-RJ) declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) pelas redes sociais, mesmo após o presidente ter declarado voto em Daniel Silveira (PTB) na disputa para o Senado no Rio.
“Sobre o meu apoio no segundo turno. Os fatos que vou relatar aqui são públicos. O presidente, mesmo sendo do meu partido, resolveu apoiar um outro candidato, declarando voto a ele no dia da eleição”, escreveu Romário. “Reafirmo, eu jogo pelo time. Sou PL, sou 22 e meu apoio é pro Bolsonaro. Estou com o PL, este é o meu posicionamento. Foi assim durante toda a eleição e continuará assim, em respeito a minha índole. Sou responsável pelo que falo e escrevo, todo o resto é interpretação”, afirmou. • FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), declarou apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Paes afirmou que Lula é "maior do que qualquer quadro político do Rio de Janeiro, maior do que qualquer político brasileiro, é a figura que representa e materializa a esperança do nosso povo e da nossa gente".
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Ex-ministro de Ciência e Tecnologia de Jair Bolsonaro (PL), o senador eleito por São Paulo Marcos Pontes (PL) foi um dos principais cabos eleitorais do presidente no maior estado do país e continua apoiando sua tentativa de reeleição ao Planalto.
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Waguinho (União Brasil), prefeito de Belford Roxo (RJ), declarou apoio e reforçou a base de aliados de Lula (PT) no Rio de Janeiro. Presidente estadual do União Brasil no Rio, o prefeito conseguiu emplacar sua mulher, que teve "Daniela do Waguinho" (União Brasil) como seu nome de urna, como a deputada federal mais votada no estado.
"Lula é a solução para todos os enfrentamentos que o Brasil está passando”, afirmou. “Minha escolha é a escolha certa pela democracia, pela liberdade, pela educação, pela saúde, por um Brasil livre, independente, um Brasil que respeita as instituições. Fiz a escolha daquilo que é melhor para Brasil", disse Waguinho. • Ricardo Stuckert/Divulgação
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O governador de Mato Grosso reeleito, Mauro Mendes (União Brasil), foi mais um que declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). "Em nome da população de Mato Grosso, declaro apoio integral a Bolsonaro. Vamos trabalhar muito nos próximos dias e semanas para que o Brasil dê esse passo importante para construir uma grande vitória do povo brasileiro sobre valores que não representam a maioria da população", afirmou Mendes. • Mayke Toscano/Secom-MT
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O empresário João Amoêdo, fundador do Partido Novo, declarou voto em Lula (PT), chamando de "ingênuo" quem acredita que Bolsonaro (PL) não representa uma ameaça à democracia num eventual segundo mandato. • Wilton Junior/Estadão Conteúdo (09.dez.2020)
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Paulo Skaf, ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), declarou apoio à candidatura de Jair Bolsonaro (PL). “Ele pode falar o que não deve, mas ele faz o que deve ser feito”, disse Skaf. “Eu prefiro isso do que aquele que fala bonitinho e faz errado”, completou. • Alan Santos/PR
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O governador eleito do Ceará, Elmano Freitas (PT), foi lançado por Lula (PT) para disputar o Executivo cearense e é um apoiador do ex-presidente no segundo turno. • Divulgação/Partido dos Trabalhadores
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O governador reeleito do Acre, Gladson Cameli (PP), reforçou seu apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno da eleição presidencial. "Não tenho como ser contrário, o presidente tem sido muito leal ao nosso estado, com a presença do governo federal", afirmou. • Reprodução/Redes sociais
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O governador reeleito do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), confirmou que apoiará Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pelo Palácio do Planalto contra Jair Bolsonaro (PL). • Divulgação
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O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). “Não podemos esquecer o que vivemos desde 2019, vendo crianças, jovens, adultos, idosos se deslocando por centenas de quilômetros atrás de comida, em estágio de total perda da sua dignidade. Por isso digo: fujam de Lula para não terem que fugir do Brasil”, afirmou Denarium. • Marcos Corrêa/PR
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O governador eleito do Piauí, Rafael Fonteles (PT), é apoiador do ex-presidente Lula (PT). • Divulgação/Partido dos Trabalhadores
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O governador eleito do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições. Dentre os governadores eleitos no primeiro turno, Barbosa foi o último a anunciar publicamente seu apoio. • Divulgação/Ascom
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Clécio Luís (Solidariedade), governador do Amapá, oficializou apoio ao ex-presidente Lula (PT). • Marcos Oliveira/Agência Senado
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Arthur Virgílio (PSDB-AM), candidato derrotado ao Senado, declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Quando era prefeito de Manaus, o tucano teve atritos com Bolsonaro. Seu apoio acontece cerca de um ano após dizer que era preciso "desbolsonarizar" seu partido. • FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Respeito à Constituição
Bolsonaro escolheu o tema “respeito à Constituição” na sequência do bloco. Ele afirmou que Lula defende a invasão de terra e questionou se “isso é respeitar a Constituição?”
Lula respondeu que Bolsonaro “todo santo dia” ameaça um ministro da Suprema Corte. “Ele vive ameaçando fechar, ele vive ameaçando não respeitar a decisão, ele vive xingando pessoalmente os ministros da Suprema Corte. Ele não tem respeito pela Constituição”, declarou.
Bolsonaro citou que “a rádio Jovem Jovem Pan foi calada pelo ministro Alexandre de Moraes e o TSE” e que quem entrou com a ação foi o PT.
“A Jovem Pan, por acaso, é aquele seu canal de televisão? O que os advogados do PT entraram foi com um pedido de isonomia. Sabe o que é isonomia? É tratamento de igualdade. De direito de resposta.”
Na sequência, discutiram sobre titulação de terras e aborto.
Saúde e pandemia
No terceiro bloco do debate da Globo, Lula citou dados sobre a pandemia de Covid-19 e lembrou que o Brasil registrou 11% das mortes pela doença, embora tenha 3% da população mundial. “Por que passar 45 dias negando a vacina, negar a doença, esconder o cartão de vacina, acabar com 33% de recursos da Farmácia Popular?”, questionou.
Bolsonaro respondeu que o governo comprou 500 milhões de doses de vacina. “No dia que a Anvisa autorizou, no mesmo dia começamos a aplicar a vacina no Brasil. A primeira vacina no mundo foi em dezembro de 2020. Em janeiro de 2021 a primeira vacina foi aplicada no Brasil e o Brasil foi uma referência para o mundo no tocante à vacina”, disse.
O petista rebateu afirmando que quando o governo decidiu comprar a primeira vacina, São Paulo já estava aplicando os imunizantes e disse que Bolsonaro não visitou familiares de vítimas da pandemia, mas foi ao funeral da rainha Elizabeth para “mostrar que é bonzinho”. O presidente afirmou que Lula, durante seu governo, em vez de investir em hospitais, construiu “estádios superfaturados” para a Copa do Mundo.
Os candidatos também abordaram o programa Mais Médicos, que trouxe cubanos para trabalhar no Brasil e foi descontinuado no governo Bolsonaro. O presidente acusou o petista de criar a iniciativa para enviar dinheiro para Cuba. Lula defendeu o programa dizendo que foi um dos mais exitosos da história do país. “Milhares de municípios que nunca tiveram um médico tinham um que tratava o povo com humanismo”, disse.
Bolsonaro defendeu ainda o governo dizendo que ele criou mais de 7.000 leitos e ampliou recursos para a hemodiálise. “Estamos criando o Conecte-SUS pra você atender tudo ali de forma remota, até a marcação da consulta”, disse. Lula respondeu dizendo que o único médico que entendia de saúde no governo era o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, demitido pelo presidente. “Graças a Deus nós temos o SUS, que você não para de tirar dinheiro. Se não fosse o SUS, teria morrido muito mais gente. Nós vamos investir no SUS e ser mais exemplo do que ele já é”, afirmou o ex-presidente.
Armas e violência contra a mulher
Bolsonaro afirmou que documentos do PT defendem a desmilitarização das polícias, além do fim das guerras às drogas. Disse ainda que o partido de Lula defende a divisão entre “brancos contra negros, homossexuais contra héteros, pais contra filhos, patrões contra empregados”.
Ele falou que o petista faz campanha contra as armas e esteve no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, para encontrar chefes do narcotráfico.
“Eu quero dizer que eu fui no Complexo do Alemão porque eu fui o único que teve coragem de entrar em uma favela antes e depois e tratar todo mundo com respeito. Todo mundo lá quer ter uma chance. Eu fiz a maior apreensão de armas e taquei fogo em todas, porque no meu governo nós vamos distribuir livros, cultura, vamos distribuir coisas que educam, não que matam”, respondeu o candidato do PT.
Lula ainda disse que o modelo de cidadão pacífico de Bolsonaro é o ex-deputado Roberto Jefferson, “armado até os dentes e atirando em policial”. “No meu governo, arma não vai ter. O crime organizado não pode adquirir armas”, disse.
O presidente citou a redução da violência durante seu governo e afirmou ter combatido chefes do tráfico. Ele negou ter ligação com Jefferson e disse que o tratamento dispensado ao ex-deputado foi o “de bandido”. “Afinal de contas, quem atira em policial é bandido, é assim que eu trato pessoas que atiram em policiais”, disse.
Criação de empregos e relação com prefeitos
No quarto bloco, os candidatos trataram da criação de empregos. Bolsonaro afirmou que, mesmo com a pandemia, o país criou, apenas no último mês, 250 mil vagas de trabalho. Ele questionou o adversário sobre uma declaração em que o petista diz que não sabe como criar empregos.
Lula afirmou que o governo atual incluiu os microempreendedores individuais como empregos criados. “Colocaram emprego informal como se fosse emprego. No meu tempo, a medição de emprego era carteira profissional assinada. Era isso que a gente media. Agora não, agora ele inventaram colocar o trabalho eventual, colocar o trabalho informal, colocar o MEI”, disse o ex-presidente.
Lula afirmou que, se eleito, irá se encontrar com os governadores para estabelecer um programa de desenvolvimento para o país. “Cada governador vai apresentar pelo menos três obras prioritárias de infraestrutura, envolvendo a área da saúde e da educação. E nós vamos trabalhar juntos de forma harmônica, sem brigar com governador e sem brigar com prefeito”, disse.
O atual presidente lembrou a reunião que teve com 650 prefeitos de Minas Gerais e com os governadores Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil). Ele disse ter apoio dos prefeitos por ter repassado mais recursos para os municípios.
Lula disse que Bolsonaro marcou um encontro com prefeitos, mas que ninguém apareceu. “Sabe por quê? Porque os prefeitos do Brasil sabem que nunca antes na história do Brasil um presidente tratou eles com a dignidade e com o respeito que eu tratei. Na Casa Civil tinha uma sala de prefeitos. Cada Caixa Econômica tinha uma sala para atender os prefeitos do interior. E eles não precisavam ficar pedindo favor. Era só apresentar o projeto e a gente atendia”, afirmou o petista.
Meio Ambiente
Lula perguntou como Bolsonaro vai acabar com o desmatamento, sobretudo na Amazônia. O candidato do PL respondeu que o governo petista desmatou mais que o dobro do atual governo. “Ainda bem que eu trouxe a Marina Silva nesse debate e ela foi minha ministra. E possivelmente foi a ministra que mais ganhou respeitabilidade no mundo com relação à questão do clima”, respondeu o ex-presidente.
Lula disse que reduziu o desmatamento da Amazônia durante uma década em quase 80%, ao passo em que a agricultura crescia, em média, 2%. “Nós evitamos lançar na atmosfera 5 bilhões de toneladas de CO2. Nós pegamos 1.500 empresas clandestinas de madeira e fechamos”, afirmou.
O presidente afirmou que dois terços do solo do país estão preservados e que o Brasil é um exemplo para o mundo na preservação ambiental. “O Brasil é uma potência no agronegócio”, disse.
Segundo Lula, sua sorte é que “o pessoal que cuida do mundo ambiental sabe a diferença entre o meu governo e o dele. Portanto, eu não vou ficar discutindo os números invisíveis que ele traz que eu nem sei qual é a fonte”, disse.