
Lula promete criar ministério para indígenas
Em visita a acampamento em Brasília, ex-presidente disse que pasta será comandada por ‘índio ou índia’ e criticou avanço de fazendeiros e garimpeiros sobre terras demarcadas
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu nesta terça-feira (12) criar um ministério para discutir questões indígenas caso seja eleito presidente nas eleições de outubro.
O anúncio foi feito durante visita do petista ao acampamento Terra Livre, montado desde o começo de abril no Eixo Monumental, em Brasília.
“Vocês não são crianças para serem tuteladas, vocês são povos inteligentes que cuidavam deste país antes de a gente chegar aqui. E agora vocês me deram uma ideia: se a gente criou o Ministério da Igualdade Racial, se a gente criou o dos Direitos Humanos, se a gente criou o Ministério da Pesca, por que a gente não pode criar um ministério para discutir questões indígenas?”, questionou.
Em seu discurso, Lula afirmou que, em seu eventual governo, “ninguém vai fazer qualquer coisa em terra indígena sem que haja a concessão, decisão e concordância” dos povos que as ocupam.
“Eu quero que vocês saibam: não sei quem, mas se preparem porque alguém vai ter que assumir o ministério e não será um branco como eu ou uma galega como a Gleisi [Hoffmann, presidente do PT], terá que ser um índio ou uma índia, terá que ser alguém para poder dirigir da mesma forma que fizemos o Ministério da Igualdade Racial”, disse.
Segundo Lula, a iniciativa deverá ser alvo de críticas de opositores que defendem menos ministérios e que acusam a ideia de “gastar muito”. “Na verdade, o que eles não querem é que a sociedade esteja participando ativamente”, afirmou.
Lula atacou o desmatamento e o avanço sobre terras indígenas por fazendeiros e garimpeiros.
“Nós já provamos, a ciência já provou, que não é preciso queimar uma árvore para criar uma cabeça de gado, ou cortar uma árvore na Amazônia para plantar soja. Nós temos terras degradadas que podem ser recuperadas para plantar o que quiser e a gente tem que tirar proveito da nossa biodiversidade para que vocês tenham o direito a ter uma vida digna”, disse.
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Jair Bolsonaro (PL), presidente do Brasil e pré-candidato à reeleição
Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil - 2 de 12
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente, governou o país entre 2003 e 2010 e é o pré-candidato do PT à Presidência
Crédito: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 3 de 12
Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda e da Integração Nacional, pré-candidato à Presidência pelo PDT
Crédito: DENNY CESARE/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO - 4 de 12
Simone Tebet cumpre o primeiro mandato como senadora por Mato Grosso do Sul e é a pré-candidata do MDB à Presidência
Crédito: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 5 de 12
Luciano Bivar é presidente do União Brasil e pré-candidato do partido à Presidência; deputado federal já comandava o PSL antes da fusão da sigla com o DEM
Crédito: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 6 de 12
Felipe d'Avila, pré-candidato do partido Novo à Presidência da República
Crédito: Reprodução Facebook - 7 de 12
André Janones, atualmente é deputado federal por Minas Gerais, é o pré-candidato à Presidência pelo partido Avante
Crédito: Paulo Sergio/Agência Câmara - 8 de 12
Eymael, pré-candidato à Presidência pelo DC; ele já concorreu nas eleições presidenciais em 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018, sempre pelo mesmo partido
Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Bras - 9 de 12
Vera Lúcia é a pré-candidata à Presidência da República pelo PSTU
Crédito: Romerito Pontes/Divulgação - 10 de 12
Leonardo Péricles, pré-candidato à Presidência pelo Unidade Popular (UP)
Crédito: Manuelle Coelho/Divulgação/14.nov.2021 - 11 de 12
Sofia Manzano, pré-candidata do PCB à Presidência nas eleições 2022
Crédito: Divulgação - 12 de 12
Pablo Marçal, pré-candidato à Presidência pelo Pros. Ele é empresário e se filiou ao partido no fim de março de 2022
Crédito: Reprodução/Facebook
“Revogaço” de decretos
O ex-presidente também defendeu revogar todos os decretos do governo Bolsonaro sobre questões indígenas.
“A companheira deputada fez uma afirmação: É preciso criar o ‘dia do revogaço’, e tudo que foi decreto criando empecilho terá que ser revogado imediatamente. A gente não pode permitir que aquilo que foi conquista da luta de vocês, aquilo que foi conquista do sacrifício de vocês seja tirado por decreto para dar direito àqueles que acham que tem que acabar com as nossas florestas e com a nossa fauna”, afirmou.
(Publicado por Estêvão Bertoni)