Mais Especialistas: governo espera atendimentos na rede privada neste mês

Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que 192 hospitais privados manifestaram interesse em aderir ao programa Agora Tem Especialistas

Emilly Behnke, da CNN, Brasília
Presidente Lula (c), ao lado do ministro Alexandre Padilha (d) e da primeira-dama Janja da Silva (e) durante visita ao Hospital Universitário de Brasília  • Ricardo Stuckert/PR
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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou neste sábado (13) que a expectativa do governo é que hospitais privados iniciem e ampliem ainda em setembro os atendimentos no âmbito do programa Agora Tem Especialistas.

Padilha declarou que 192 hospitais já manifestaram interesse em participar da iniciativa, que busca garantir acesso à saúde especializada para a população.

“Nós cumprimos a meta dos primeiros contratos serem assinados no mês de agosto, agora a expectativa, no mês de setembro, é já ter maior volume de atendimentos, não só os contratos assinados”, afirmou em entrevista coletiva em Brasília.

O programa foi lançado em maio para acelerar o atendimento de pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) com médicos especialistas. Neste sábado, Padilha e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitaram o HUB (Hospital Universitário de Brasília) durante um mutirão nacional para a redução de filas do SUS.

“[Até o momento],192 hospitais privados já manifestaram interesse, ou seja, já aderiram ao programa. Desses, 37 já tiveram a programação aprovada e está sendo pactuado com os estados e municípios quando eles chamam os pacientes”, disse.

Segundo o ministro, parte dos hospitais aguardava o avanço da MP (medida provisória) sobre a criação do programa no Congresso. Na quarta-feira (10), a proposta foi aprovada na comissão mista que analisava a medida. Agora, o texto ainda precisa ser votado no plenário da Câmara e do Senado.

Entre outras ações, a MP prevê a troca de dívidas de planos de saúde e hospitais privados por atendimentos ao SUS. O programa do governo também visa aumentar a capacidade da rede pública, com a realização de mutirões e ampliação dos horários de atendimento.

“O fato de ter sido aprovado por unanimidade [na comissão] também faz com que mais hospitais queiram aderir, porque estamos aguardando também a conclusão da tramitação da medida provisória”, declarou.

No evento deste sábado, Lula afirmou que o programa foi idealizado ainda na gestão de Nísia Trindade no Ministério da Saúde. Ele elogiou a ministra, que deixou o governo em fevereiro após sofrer pressões políticas, em especial de partidos do centrão.

"Nísia trabalhou com muita competência, brigou, organizou, sabe? E quando ela saiu, que entrou o Padilha, já tinha meio caminho andado para nós chegarmos onde chegamos", afirmou o presidente.

Nome da Ebserh

Lula defendeu no evento, em tom de brincadeira, a mudança do nome da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). Segundo o chefe do Executivo, o título da instituição parece um “nome gringo” e precisa ter um apelo popular maior.

Questionado, Padilha afirmou que a mudança é uma orientação de Lula e que há uma questão jurídica em análise. “É uma orientação dele”, afirmou. A empresa é vinculada ao Ministério da Educação e trata da gestão dos hospitais universitários no país.

“Arthur Chioro [presidente da Ebserh] e o ministro Camilo [Santana, da Educação] já estavam dizendo que a gente já estava pensando em mudar o nome para mostrar a força inclusive dessa rede. Nós estamos falando da maior rede pública de hospitais do sul global”, disse.