Marcelo Câmara pede acareação com Cid sobre monitoramento de autoridades

Procedimento também foi usado por réus do "núcleo 1" do processo da trama golpista

Davi Vittorazzi, da CNN, Brasília
Marcelo Câmara  • Reprodução
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A defesa do coronel Marcelo Câmara pediu nesta terça-feira (29) uma acareação com o tenente-coronel Mauro Cid, delator e colaborador no processo da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal), para esclarecer sobre o monitoramento de autoridades que teria sido feito pelo militar que está preso.

A investigação da PF (Polícia Federal) e a acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República) apontam que Câmara teria feito o monitoramento de autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice Geraldo Alckmin (PSB) antes da diplomação da chapa eleita em 2022.

À época, coronel Marcelo Câmara era assessor de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a defesa, Cid disse durante o depoimento como informante dos núcleos 2, 3 e 4 que Câmara fez o monitoramento da chapa de Lula e do ministro do Supremo e que isso seria uma "incongruência".

"Ocorre que aludidas afirmativas se mostram isoladas e dissociadas dos demais elementos de prova carreados aos autos", relatou. No requerimento, a defesa de Marcelo Câmara ainda pede a prorrogação do prazo para a formulação de diligências complementares.

O pedido vai ser analisado pelo relator, Alexandre de Moraes. No núcleo 1, o ministro permitiu o procedimento entre o general Walter Braga Netto e Cid; e entre ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Marcelo Câmara está preso e incluído no núcleo 2 na ação penal da trama golpista. Seis réus figuram nesse grupo.

Além disso, Câmara é investigado por obstrução de Justiça por supostamente ter tentado contato com Cid.

Na última semana, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou favorável à manutenção da prisão preventiva do coronel.