Motoboy da VTCLog diz à CPI que esteve na Saúde, mas nega conhecer Roberto Dias
Ivanildo Gonçalves afirma que foi até o andar do Departamento de Logística para entregar 'pen drive', mas que não conhece seu ex-diretor, acusado de pedir propina
Em seu depoimento à CPI da Pandemia, o motoboy Ivanildo Gonçalves, que trabalha para a VTCLog, confirmou que esteve no Ministério da Saúde em 2021 para “entregar um pen drive” no 4º andar – local onde está localizado o Departamento de Logística da pasta.
O ex-diretor do Departamento é Roberto Dias, investigado pela CPI como suspeito de pedir propina na negociação de doses da vacina AstraZeneca.
Além disso, segundo imagens mostradas na sessão de terça-feira (31), alguns dos boletos pagos por Ivanildo nos meses de maio e junho foram direcionados para Roberto Dias, conforme comprovaram as movimentações bancárias analisadas pela CPI.
A VTCLog negou a veracidade dos vídeos divulgados pela CPI da Pandemia e disse que Roberto Dias estava efetuando os pagamentos, e não sendo o beneficiário destes.
A comissão visa apurar o papel da VTCLog em possíveis irregularidades envolvendo personagens como Dias, incluindo possíveis pagamentos de vantagens indevidas diante contratos com a pasta.
No caso do motoboy, ele foi chamado para explicar os saques e pagamentos na ordem de R$ 4.7 milhões que realizou em nome da empresa.
Durante seu depoimento, Ivanildo afirmou que, quando entrou na empresa, entregava faturas em diversas localidades, estando o Ministério da Saúde incluído. No entanto, isso teria acontecido há “muito tempo”, disse. Ivanildo ingressou na empresa em 2009.
Questionado sobre se conhecia Roberto Dias, Ivanildo negou e disse nunca ter conversado com ele. Mesmo quando passou a pagar boletos para a empresa, ele também afirmou que “nunca entregou dinheiro para ninguém”.
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Presidente da CPI da Pandemia: senador Omar Aziz (PSD-AM)
Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado - 2 de 19
Vice-presidente da CPI da Pandemia: senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
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Relator da CPI da Pandemia: senador Renan Calheiros (MDB-AL)
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O senador Eduardo Braga (MDB-AM) é membro titular da CPI da Pandemia
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O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) é membro titular da CPI da Pandemia
Crédito: Roque de Sá/Agência Senado - 6 de 19
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) é membro titular da CPI da Pandemia
Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado - 7 de 19
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) – no telão – é membro titular da CPI da Pandemia
Crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senad - 8 de 19
O senador Otto Alencar (PSD-BA) – no telão – é membro titular da CPI da Pandemia
Crédito: Pedro França/Agência Senado - 9 de 19
O senador Marcos Rogério (DEM-RO) é membro titular da CPI da Pandemia
Crédito: Pedro França/Agência Senado - 10 de 19
O senador Jorginho Mello (PL-SC) é membro titular da CPI da Pandemia
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O senador Humberto Costa (PT-PE) é membro titular da CPI da Pandemia
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O senador Jader Barbalho (MDB-PA) é suplente na CPI da Pandemia
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O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) é suplente na CPI da Pandemia
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O senador Marcos do Val (Podemos-ES) é suplente na CPI da Pandemia
Crédito: Pedro França/Agência Senado - 15 de 19
O senador Angelo Coronel (PSD-BA) é suplente na CPI da Pandemia
Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado - 16 de 19
O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) é suplente na CPI da Pandemia
Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado - 17 de 19
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) é suplente na CPI da Pandemia
Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado - 18 de 19
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) é suplente na CPI da Pandemia
Crédito: Roque de Sá/Agência Senado - 19 de 19
A bancada feminina, liderada pela senadora Simone Tebet (MDB-MS), não possui membros (titulares ou suplentes) na CPI; senadoras têm se revezado para acompanhar trabalhos e questionar depoentes
Crédito: Leopoldo Silva/Agência Senado
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), chegou a questioná-lo sobre alguns endereços em Brasília, mas o motoboy não se lembrou de estar presente em nenhum deles.
No começo de seu depoimento, Ivanildo Gonçalves explicou seu dia-a-dia no serviço aos senadores da CPI. Ao longo do turno, ele recebia solicitações de sacar e pagar boletos para a VTCLog. Segundo ele, a orientação vinha do setor financeiro, por orientação de Zenaide Sá Reis. Ela passava o cheque para o funcionário, que ia até o banco realizar os serviços.
Questionado sobre valores que chegou a manejar, Ivanildo disse lembrar-se um saque de R$ 430 mil. Com o pagamento de boletos feito na boca do caixa, caso houvesse sobra de dinheiro, ele devolvia à Zenaide, explicou.