Motta deve já anunciar relator da anistia nesta quinta-feira

Deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) é o mais cotado para relatoria

Jussara Soares, Daniel Rittner e Isabel Mega, da CNN, Brasília
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O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pode anunciar nesta quinta-feira (18), na residência oficial, o relator do PL da Anistia. O mais cotado para ficar com a relatoria do texto é o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), segundo apurou a CNN.

Antes mesmo da aprovação da urgência do projeto de lei, na noite de quarta-feira (17), Motta já havia dado a previsão do anúncio, e o nome de Paulinho circulava como favorito para relatar a matéria.

Sob pressão de bolsonaristas, Motta colocou em votação a urgência do projeto nº 2162/2023, de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ). Foi o único item da pauta da sessão deliberativa extraordinária desta quarta-feira.

O projeto apresentado por Crivella visa dar perdão apenas aos condenados pelos ataques às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023. O texto, porém, serve apenas como esqueleto.

Modificações serão feitas pelo relator, que deve definir a extensão da anistia, que poderá incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros condenados pela tentativa de golpe.

Bolsonaristas insistem em uma anistia ampla, geral e irrestrita, com perdão total. Já o Centrão trabalha por uma redução de penas para todos os envolvidos, a partir de mudança no Código Penal, com o argumento de que não haverá resistência do STF (Supremo Tribunal Federal).

Ao colocar o projeto em votação, Hugo Motta disse que pautou a urgência pela "pacificação nacional" e que construirá o texto com o relator.

"Essa presidência vai construir com o futuro relator um trabalho que traga para o país a pacificação. Não temos compromisso com nenhuma pauta que traga ainda mais divergência, mais polarização para o país. Tenho plena convicção de que a Câmara dos Deputados terá capacidade de construir essa solução que busque a pacificação nacional, o respeito às instituições, o compromisso com a legalidade e levando em conta também as condições humanitárias das pessoas que estão envolvidas nesse assunto que estamos tratando", disse.