Mourão e ministros de Bolsonaro celebram CPI só após eleição
Vice-presidente elogia decisão de Pacheco e diz que “paixões eleitorais iriam turvar os trabalhos”; elogio foi compartilhado por integrantes do governo, para os quais uma comissão de inquérito poderia elevar os ânimos em uma disputa eleitoral já polarizada
A decisão do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de deixar o funcionamento da CPI do Ministério da Educação (MEC) para depois das eleições deste ano foi celebrado pelo Palácio do Planalto e pelo vice-presidente Hamilton Mourão.
Em conversa com a CNN, Mourão considerou a decisão “excelente” e “sábia”. “As paixões eleitorais iriam turvar os trabalhos da comissão”, afirmou o general da reserva.
A mesma avaliação foi feita por integrantes da equipe ministerial, que comentaram sobre o assunto após reunião ministerial promovida nesta terça-feira (5) no Palácio do Planalto.
Nos últimos dias, segundo relatos feitos à CNN, interlocutores do presidente Jair Bolsonaro procuraram Pacheco para expor argumento de que uma comissão de inquérito só serviria para elevar os ânimos em um processo eleitoral já polarizado.
O argumento, de acordo com senadores governistas, foi levado em consideração pelo presidente do Senado Federal ao tomar a decisão junto ao colégio de líderes.
Segundo integrantes do governo, foi mencionada na reunião ministerial desta terça-feira (5) possibilidade de a Câmara dos Deputados votar já nesta semana em plenário a PEC dos Benefícios.
O calendário tem sido discutido pelo presidente Artur Lira (PP-AL) e a defesa de integrantes do governo é de que o assunto é urgente.
O receio manifestado à CNN é de que a pressão de gestores municipais e da opinião pública possa, caso a proposta fique para a semana que vem, reverter votos em bancadas como do MDB e do PSDB.