Não tenho intenção de mudar de partido agora, diz Cláudio Castro à CNN
O governador do Rio de Janeiro falou sobre a necessidade do diálogo e disse que investigação do caso Marielle não receberá tratamento diferente por conta do cargo de Anielle Franco no novo governo
Em entrevista à CNN, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), disse que não tem intenção de sair do PL para outro partido neste momento. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), convidou Castro para migrar para o PSD nesta sexta-feira (10).
O governador falou que pretende seguir no PL, mesmo que existam divergências dentro da sigla que também abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e boa parte de seus apoiadores. "Entrei [no PL] antes do presidente Bolsonaro", disse. "Não fico trocando de lado, e meu lado é o do povo do Rio de Janeiro."
Ele disse que sempre viu Valdemar Costa Neto, presidente do PL, como alguém "do diálogo", e que também tem agido desta forma desde que assumiu como governador.
Castro, que apoiou Bolsonaro durante as eleições presidenciais do ano passado, disse que agora pretende "trabalhar com quem estiver lá".
"O papel de oposição e de situação é dos congressistas. Quem está na gestão tem que gerir e se relacionar democraticamente", falou.
Ao ser questionado sobre os membros de seu partido que, de alguma forma, apoiaram ou comemoraram o ataque aos Três Poderes no dia 8 de janeiro, Castro disse que é preciso diferenciar os manifestantes dos criminosos. "Mas repúdio completamente os bandidos e quem defende bandido."
Caso Marielle Franco
A CNN questionou Castro sobre a investigação do assassinato de Marielle Franco agora que sua irmã, Anielle Franco, se tornou ministra da Igualdade Racial no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Castro ressaltou que a ajuda da Polícia Federal (PF) oferecida pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, é bem-vinda, mas afirmou que o tratamento da investigação não é influenciado pela posição de Anielle.
"A investigação é tratada com toda a seriedade pela nossa Polícia Civil. Anielle ter se tornado ministra não muda em nada nosso anseio de resolver o caso."