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    Nobel de Literatura, Vargas Llosa diz que prefere Bolsonaro a Lula

    Vencedor do Nobel de Literatura de 2010 disse que "palhaçadas de Bolsonaro" são difíceis de um liberal admitir, mas, mesmo assim, o prefere ao ex-presidente petista

    Beatriz CarneiroVinícius BernardesLéo Lopesda CNN , em São Paulo

    O escritor peruano Mario Vargas Llosa disse, nesta quarta-feira (11), que entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT), ele “prefere Bolsonaro”.

    A declaração foi dada pelo Nobel de Literatura de 2010 ao participar de um evento da instituição Centro de Estudos para o Desenvolvimento (CED).

    “O caso de Bolsonaro é um caso muito difícil. As palhaçadas de Bolsonaro são muito difíceis de admitir, para um liberal”, disse Vargas Llosa.

    “Agora, entre Bolsonaro e Lula, eu prefiro Bolsonaro, desde já. [Mesmo] com as palhaçadas de Bolsonaro, Lula, não”, acrescentou.

    O escritor ainda falou que “Bolsonaro não é um candidato que desperte nosso entusiasmo, e cometeu muitos erros graves no governo”.

    Porém, ele ressalta que sua impressão é de que “o Brasil, nesse último governo, se livrou do fenômeno que abraça o nosso continente que é o da corrupção”.

    “O Brasil é um caso extremamente difícil de explicar. Lula esteve preso e não fomos nós que o condenamos, foram os juízes brasileiros que o condenaram com razão”, afirmou o peruano.

    “Eu conheci o juiz [Sergio Moro] que o mandou para o cárcere. E ele é um homem que me parece de uma integridade absoluta. Um homem absolutamente guiado por princípios de moralidade, decência e de respeito às leis”, concluiu.

    Embora tenha se demonstrado alinhado às ideias de esquerda durante a juventude, inclusive apoiando a revolução cubana de Fidel Castro, Vargas Llosa progressivamente se inclinou à direita entre os anos 1970 e 1980. Em 1990, ele concorreu à presidência do Peru pela coalizão de centro-direita Fredemo, mas perdeu para Alberto Fujimori.

    Nas últimas eleições peruanas, Vargas Llosa apoiou a candidatura da filha do ex-ditador, Keiko Fujimori, que foi derrotada por margem estreita pelo esquerdista Pedro Castillo.

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