Oposição defende anúncio dos EUA sobre restrição de visto a autoridades

Parlamentares de oposição usaram as redes sociais para defender o anúncio do secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, sobre a restrição de vistos para estrangeiros, incluindo autoridades, que "censuram" norte-americanos.

O anúncio foi publicado no X (antigo Twitter) do secretário na quarta-feira (28): "É inaceitável que autoridades estrangeiras emitam ou ameacem com mandados de prisão cidadãos americanos ou residentes americanos por postagens em plataformas americanas em redes sociais enquanto estiverem fisicamente presentes em solo americano".

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente mora nos Estados Unidos, publicou um vídeo comentando o assunto.

“Se isso não é um recado claro ao censor Alexandre de Moraes, eu não sei mais o que pode ser, e como também eu sempre tenho dito: o que precede a ruína dos ditadores é a sua arrogância, é a certeza por serem os todo-poderosos, podem fazer qualquer coisa”, afirmou.

🇺🇸 @SecRubio deixando as coisas mais claras. Para bom entendedor pingo é "i". pic.twitter.com/FjcHzpJjRf

— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) May 29, 2025

 

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também respondeu à publicação de Rubio. “A liberdade se tornou letra morta na constituição brasileira e foi revogada pelas mesmas pessoas que juraram defendê-la. Parabéns, EUA!”.

Freedom became a dead letter in the Brazilian constitution and was revoked by the very people who swore an oath to defend it.
Congratulations, USA! https://t.co/hLWGOORtqR

— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) May 28, 2025

 

Para o presidente do Partido Novo, Eduardo Ribeiro, a medida tem o objetivo de “defender princípios e valores”. “Liberdade de expressão é inegociável numa democracia”, acrescentou.

Marco Rubio anunciou que vai restringir vistos para autoridades estrangeiras que censurem cidadãos e empresas americanas.

Isso é defender princípios e valores!

Liberdade de expressão é inegociável numa democracia.

Que seja só o começo.

— Eduardo Ribeiro (@eduribeironovo) May 28, 2025

 

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também usou as redes sociais para repercutir o tema, defendendo que a nação tem o “direito de definir seus critérios de entrada no país”.

Os EUA, como qualquer outro país, têm o direito de definir seus critérios de entrada no país. Esses critérios podem levar em consideração diversos fatores, incluindo o perfil do solicitante e, agora, suas opiniões expressas em rede social também. “Visitar os EUA não é um direito,…

— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) May 29, 2025

 

Durante sessão na Câmara dos Deputados, Nikolas ainda comentou a decisão dos EUA de revogar vistos de estudantes chineses.

Eu ouvi alguns deputados do PT dizendo a respeito da suspensão dos vistos de estudantes pelos EUA, que isso seria uma medida praticamente totalitária, mas na verdade, o que eles estão fazendo é apenas uma suspensão para analisar a rede social dos estudantes que querem aplicar o visto nos EUA”, declarou.

Governistas criticam anúncio

Por outro lado, parlamentares da base do governo Lula criticaram a restrição de vistos.

Em nota divulgada nas redes sociais, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que a decisão dos Estados Unidos é uma "tentativa de sanção ao ministro Alexandre de Moraes".

Quando questionado sobre o assunto, o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou à CNN que o tempo em que o Brasil "era quintal já passou".

A deputada Talíria Petrone (RJ), líder do PSOL na Câmara, afirmou que a decisão anunciada por Rubio "não surpreende".

Durante sessão da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Tabata Amaral (PSB-SP) relacionou o fato à suposta tentativa de interferências do governo norte-americano a estudantes estrangeiros nos Estados Unidos.

*Sob supervisão de Renata Souza
**Com informações de Rebeca Borges e Ester Cauany, da CNN