PF investiga advogados e delegado por fraudes ao INSS contra venezuelanos

Agentes cumprem 14 mandados de busca contra advogados especializados em conseguir benefícios para venezuelanos em Roraima

Elijonas Maia, da CNN, Brasília
Fachada do Edifício Sede do Instituto Nacional do Seguro Social  • Pedro França/Agência Senado
Compartilhar matéria

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (24), uma operação batizada de “Cessatio” contra grupos criminosos suspeitos de fraudar o Benefício Assistencial à Pessoa Idosa (BPC-Loas) destinado a venezuelanos em Roraima.

São cumpridos 14 mandados de busca e apreensão nas cidades de Boa Vista e Pacaraima, na fronteira, contra oito investigados. Sete escritórios de advocacia são alvos das medidas.

Entre os suspeitos de integrarem o esquema está um delegado da Polícia Civil aposentado, que teria sido responsável por garantir centenas de benefícios irregulares.

As investigações tiveram início a partir do desmembramento de informações constantes do inquérito policial relacionado à Operação Ataktos, deflagrada em 25 de outubro de 2024.

A PF diz que também foram recebidas denúncias sobre beneficiários de programas sociais que não moram no Brasil.

Os investigadores explicam que foram identificados elementos indicando a atuação de diversos grupos criminosos organizados e independentes, que atuavam na obtenção fraudulenta do benefício assistencial.

De acordo com as apurações, agenciadores cooptavam idosos venezuelanos no país vizinho, falsificando documentos e cadastros governamentais para garantir o acesso ao BPC-Loas. Em seguida, muitos dos beneficiários retornavam à Venezuela, continuando a receber o benefício indevidamente.

A Justiça Federal autorizou o bloqueio de bens e valores dos investigados no valor aproximado de R$ 16 milhões.

Os investigados poderão responder pelos crimes de estelionato majorado e associação criminosa e, ainda, por outros delitos que venham a ser apurados no curso das investigações.