PP e União fecham questão contra MP do IOF
Texto proposto pelo governo está previsto para ser votado na Câmara e no Senado nesta quarta-feira (8)
Os partidos PP (Progressistas) e União Brasil, que formam federação, definiram, nesta quarta-feira (8), após reunião com as bancadas do Senado e da Câmara dos Deputados, que vão "fechar questão contra a MP 1303".
As duas Casas devem votar ainda hoje a MP (Medida Provisória) do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O texto busca criar alternativas de arrecadação após a revogação do aumento do imposto sobre crédito, câmbio e investimentos.
"Após reunião realizada nesta quarta-feira (8), as bancadas do Progressistas na Câmara e no Senado deliberaram por fechar questão contra a MP1303. A decisão reafirma o compromisso do nosso partido com o povo brasileiro de impedir qualquer novo aumento de carga tributária no país", diz a nota do PP.
O deputado Pedro Lucas (MA), líder do União Brasil, destacou que também "fechou questão por entender que a proposta eleva a carga tributária sobre investimentos e desestimula quem produz e gera empregos. O Brasil precisa de eficiência na gestão pública, não de mais impostos".
A MP propõe novas formas de compensação fiscal e revisa isenções que, segundo o Ministério da Fazenda, geravam distorções no sistema tributário. Entre as medidas, estão a unificação de alíquotas sobre aplicações financeiras, a taxação de investimentos até então isentos — como Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Imobiliário (LCI) — e ajustes na tributação de fintechs e apostas eletrônicas.
Embora o governo argumente que a medida é necessária para equilibrar as contas públicas, o texto enfrenta forte resistência entre parlamentares e setores produtivos.
Os partidos anunciaram no último mês um desembarque da administração federal.
Ministros do União e PP são exonerados para votação
A decisão do PP de fechar questão dificulta a vitória do governo e, apesar da orientação do partido, André Fufuca, filiado ao Progressistas e ministro dos Esporte de Lula, e Celso Sabino, filiado ao União Brasil e ministro do Turismo, foram exonerados para participarem da votação do IOF nesta quarta-feira.
Fufuca, que foi pressionado pelo partido para deixar o governo declarou, na terça-feira (6), que vai continuar apoiando o presidente Lula.
De acordo com ele, mesmo que esteja "amarrado", sua força de vontade será direcionada para que o atual chefe do Executivo tente concorrer à reeleição no próximo ano.
Sabino também foi contra a orientação de seu partido e declarou, nesta manhã, que também vai permanecer no governo.
"Pelo bem do turismo, pelo bem dos serviços que a gente vem fazendo em todo país, mas especialmente pelo bem do povo do Pará, pela realização da COP30 eu vou permanecer no governo", disse em conversa com jornalistas.