Projeto que torna facultativo uso de biometria facial avança na Câmara

Proposta ainda precisa passar por mais uma comissão da Casa e também pelo Senado antes de seguir para sanção presidencial

Jean Araújo, da CNN, São Paulo
Celular reconhecendo rosto humano
Proposta sugere mudanças na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), assegurando à pessoa a possibilidade de se identificar por outras modalidades  • Foto: Mike MacKenzie - Flickr
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A Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados aprovou, na última quarta-feira (24), um projeto de lei que garante ao cidadão o direito de recusa ao uso de biometria facial como forma de identificação, salvo nos casos em que houver obrigação por lei.

Para virar lei, o projeto ainda precisa passar por mais uma comissão da Câmara e também pelo Senado antes de seguir para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De autoria do deputado Fabio Schiochet (União-SC), a proposta sugere mudanças na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), assegurando à pessoa a possibilidade de se identificar por outras modalidades.

Conforme a nova redação, a negativa do cidadão em utilizar o reconhecimento facial não poderá ser utilizada como motivo para impedir, restringir ou dificultar seu a acesso a ambientes físicos e/ou digitais.

 

Às plataformas, caberá o dever de apresentar, de forma clara, objetiva e acessível, outras opções de identificação para quem assim desejar.

Para o autor da iniciativa, a ação é necessária diante da expansão do uso dessa tecnologia em serviços públicos e privados, o que descaracterizaria o consentimento previsto na LGPD.

O deputado também ressalta que o tratamento desse tipo de dado exige cautela, argumentando que a ferramenta é passível de fraudes e manipulações.

Dados biométricos, especialmente os faciais, são únicos e permanentes: não podem ser alterados ou revogados em caso de vazamento ou uso indevido, como ocorre com senhas ou documentos. Por isso, sua exigência deve ser sempre a última opção — e jamais a única”, diz o texto.

O relator do projeto, deputado Marangoni (União-SP), concorda com o observado pela proposta. Para ele, a proposição está bem alicerçada e é essencial para preservar a privacidade dos indivíduos e prevenir coações.