De ‘Clube dos Tucaninhos’ a prefeito de SP: relembre a trajetória de Bruno Covas
Aos 41 anos, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, morreu neste domingo (16) vítima de um câncer no trato digestivo.
Em 15 de abril deste ano, Covas foi internado para realizar exames de controle. No entanto, foram descobertos novos focos de câncer. Ele recebeu alta no dia 27 do mesmo mês, mas cinco dias mais tarde, anunciou que iria se licenciar por 30 dias do cargo de prefeito de São Paulo para dar continuidade ao tratamento.
No dia 3 de maio, após a realização de uma endoscopia que revelou um sangramento na cárdia, onde já havia o tumor original, o tucano precisou ser transferido para a UTI. Uma semana mais tarde, iniciou uma nova fase de tratamento contra o câncer, combinando imunoterapia com terapia-alvo.
Já no dia 14 de maio, o boletim médico divulgado pelo Hospital Sírio-Libanês apontava que o quadro clínico era irreversível.
- 1 de 9Bruno Covas, em 2011, na secretaria estadual do Meio Ambiente. Atrás dele, um quadro com a fotografia do avô, Mário Covas
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- 9 de 9Bruno Covas antes de se eleger prefeito de São Paulo, em 2020, após disputa com Boulos
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Relembre a trajetória política de Bruno Covas:
Bruno Covas começou cedo na vida política e ainda quando criança se filiou ao “Clube dos Tucaninhos” do PSDB.

A paixão pela política ficou ainda maior em 1995, quando Bruno saiu da cidade de Santos, no litoral de São Paulo, e foi estudar na capital, onde morou com o avô Mário Covas, à época governador do estado.

Em 1998, Bruno Covas se filiou oficialmente ao PSDB e, logo no ano seguinte, foi eleito o Primeiro Secretário da Juventude do Partido. Quatro anos mais tarde se elegeu presidente estadual do PSDB. Entre 2007 e 2011, foi presidente nacional da Juventude Tucana.
A carreira pública de Bruno Covas, no entanto, teve início em 2004, quando se candidatou como vice-prefeito de Santos na chapa de Raul Christiano pelo PSDB. Em 2005 e 2006, foi assessor da liderança dos Governos de Geraldo Alckmin e Cláudio Lembo na Assembleia Legislativa.

Ainda em 2006, Bruno Covas foi eleito deputado estadual com 122.312 votos, umas das maiores votações daquele pleito. Quatro anos mais tarde, foi reeleito deputado estadual com 239.150 votos, se tornando o mais votado no Estado de São Paulo.
Durante as legislaturas, foi presidente da Comissão de Finanças e Orçamento no primeiro biênio (2007-2008) e relator do Orçamento do Estado por dois anos consecutivos (2009-2010).
Covas fez parte também das Comissões de Direitos Humanos e de Defesa dos Direitos do Consumidor, além de atuar como presidente da Frente Parlamentar de Apoio à Comunidade Luso-Brasileira e Coordenador da Frente DST-Aids.
Nos dois mandatos, foi relator de mais de 180 projetos de lei, presidiu a CPI do ECAD, foi relator da CPI da CDHU e membro da CPI da BANCOOP.

Em 2011, se licenciou do cargo de deputado estadual para assumir a Secretaria do Meio Ambiente do então governador Geraldo Alckmin. Ficou no cargo até 2014, quando foi exonerado para disputar mais uma eleição.

Assim como em 2006 e 2010, Bruno conseguiu se eleger nas eleições de 2014, mas dessa vez para deputado federal. Durante o mandato votou a favor do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Já na gestão de Michel Temer, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos.

Deixou o cargo novamente em 2016 para entrar como vice-prefeito na chapa de João Doria. Na ocasião, eles foram eleitos no primeiro turno. Além de vice-prefeito, ele atuou na Secretaria das Prefeituras Regionais e também na Secretaria da Casa Civil.

Dois anos mais tarde, João Doria deixou a prefeitura de São Paulo para concorrer ao governo do estado. Assim, Bruno Covas assumiu efetivamente o cargo de prefeito. Em 2020, foi reeleito para comandar a maior cidade do país, após vencer Guilherme Boulos no segundo turno da eleição.
