Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Representante da Davati e Miranda confirmam contato, mas negam relação comercial

    Em depoimento, o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, afirmou que Miranda e Carvalho mantinham contato desde setembro de 2020

    Renata Agostinida CNN

    O deputado Luis Miranda (DEM-SF) e o representante oficial da Davati no Brasil, Cristiano Carvalho, confirmaram à CNN que tiveram contato em setembro de 2020, mas negam que tenham mantido qualquer relação comercial.

    Em depoimento na CPI da Pandemia nesta quarta-feira, 7, o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, afirmou que Miranda e Carvalho mantinham contatos “direta ou indiretamente” desde pelo menos 15 de setembro de 2020. Segundo Dias, um interlocutor de Miranda se identificava como “da equipe de Cristiano”.

     
    Cristiano Carvalho disse que nunca esteve pessoalmente com o deputado e somente indicou a ele o contato de um amigo para que Miranda pudesse seguir com uma negociação de compra de luvas nos Estados Unidos. Miranda deu a mesma versão, mas diz que o negócio não se concretizou porque os contatos de Cristiano nunca provaram ter a mercadoria. O deputado diz acreditar que eles estavam tentando “dar um golpe”.

    A CNN teve acesso a trocas de mensagens de setembro de 2020. No dia 15 de setembro, uma pessoa chamada “Rafael Alves” escreveu para o deputado se identificando como “da equipe de Cristiano”.

    Em outra mensagem, datada de 17 de setembro de 2020, Carvalho escreveu a Miranda: “Deputado, contato Rodrigo EUA das Luvas conforme sua solicitação. Cristiano”. O deputado respondeu então: “Valeu, amigo. Vou chamá-lo agora”. Minutos depois, Miranda voltou a falar: “Avise-o, liguei e não atendeu”. Carvalho então escreveu: “Ok vou avisar para lhe retornar”.

    Miranda disse à CNN que se tratava de uma negociação de sua empresa nos Estados Unidos, que é especializada em encontrar produtos em falta. Na época, havia falta de luvas nos supermercados americano e sua companhia começou a pesquisar quem poderia fornecer o produto. Chegaram então a Cristiano.

    “Minha empresa pediu para chamar esse brasileiro, pois ele poderia ter estoque de luvas que estavam em falta”, disse. “Minha empresa estava falando com esse pessoal sobre estoque. Você observa que Rafael é quem me chama. Depois, na sequência, o Cristiano veio com esse Rodrigo, que é quem confeccionaria o contrato. Mas o negócio também não foi para a frente. Acho que eles queriam dar um golpe. Só pode ser, porque nunca apareceram com estoque. A única coisa que faltou para a gente pagar foi eles demonstrarem ter o estoque”, afirmou o deputado.

    O deputado diz que foi Rafael Alves quem vazou o áudio dele tratando sobre luvas, que foi exibido por Dominguetti na CPI causando confusão na comissão.

    Segundo Carvalho, um amigo pediu que ele ajudasse Miranda, indicando a ele uma pessoa para a negociação de luvas. Ele disse que esse foi o único contato entre os dois.

    “Não o conhecia pessoalmente e nunca estive com o deputado pessoalmente. Falei com ele durante um dia e nunca mais falei ou tive notícias do deputado”, disse Carvalho.

    Tópicos