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    Rolls-Royce presidencial foi encomendado por Vargas e já levou a rainha Elizabeth

    O tradicional conversível preto pode não ser utilizado durante a posse de Lula (PT); preocupada com a segurança do presidente eleito, equipe avalia carro fechado ou blindado

    Fernanda Pinottida CNN , em São Paulo

    O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não decidiu se vai utilizar o tradicional Rolls-Royce presidencial no dia 1º de janeiro durante a cerimônia de posse ou se desfilará em um carro fechado por questão de segurança.

    O Rolls-Royce do modelo Silver Wraith conversível serve à Presidência da República há quase 70 anos e foi encomendado pelo então presidente Getúlio Vargas na década de 1950.

    O carro é tradicionalmente usado pelos presidentes brasileiros em ocasiões especiais, como a posse de um novo mandatário e outras comemorações de feriado, como o 7 de Setembro, por exemplo. A estreia do veículo foi feita durante a comemoração do Dia do Trabalho, em 1º de maio de 1953, no município de Volta Redonda, no Rio de Janeiro.

    O automóvel é uma raridade e foi o último modelo a ter a carroceria definida pelo comprador. Fabricado na Inglaterra em 1952 e trazido ao Brasil no ano seguinte por pedido de Vargas, o carro teria custado uma fortuna para a época.

    Características específicas foram pedidas, como reforço nas chapas de aço do para-choque e instalação de mastros para uso de bandeiras oficiais, por exemplo.

    Apesar de muito conhecida, a história de que o carro teria sido um presente da rainha Elizabeth II para o Brasil não é verdadeira.

    Segundo o site da Câmara dos Deputados, o empresário Gastão Correia da Veiga Filho, dono da empresa importadora dos carros ingleses, alega que ainda guarda as faturas do Rolls-Royce presidencial. Por outro lado, a filha de Getúlio, Alzira Vargas, garantia que o carro foi pago por amigos do ex-presidente.

    Carro já transportou chefes de Estado estrangeiros

    Mesmo que não tenha sido um presente da rainha Elizabeth II, o automóvel foi usado pela monarca durante sua primeira e única visita ao Brasil, em 1968.

    A primeira vez que um chefe de Estado estrangeiro andou no carro foi o presidente do Peru, general Manoel Odria, em 25 de agosto de 1953. Também foram transportados, em visita ao Brasil, o rei Balduíno da Bélgica e o presidente francês Charles de Gaulle.

    Rainha Elizabeth II, em sua única visita ao Brasil, acenando aos moradores de Salvador, em 1968.
    Rainha Elizabeth II, em sua única visita ao Brasil, acenando aos moradores de Salvador, em 1968. / Daily Mirror/Mirrorpix/Mirrorpix via Getty Images

    Rolls-Royce ainda é dúvida na posse de Lula

    Em entrevista coletiva na terça-feira (27), o futuro ministro da Defesa, Flávio Dino, disse que dois cenários estarão disponíveis no dia da posse: o desfile com carro aberto ou fechado.

    Lula usou o conversível durante as duas cerimônias de posse de seus governos anteriores, mas neste ano a equipe do novo governo está mais preocupada com a segurança. Por isso, há a possibilidade de o desfile ser feito com um carro fechado ou blindado.

    Mesmo que a decisão seja por utilizar um carro aberto, talvez o veículo escolhido não seja o tradicional Rolls-Royce preto. Em uma entrevista coletiva no início de dezembro, a futura primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, disse que o carro parecia ter sido danificado na última cerimônia de posse de Jair Bolsonaro (PL).

    Procurado pela CNN, o Palácio do Planalto negou os danos no veículo. “Informamos que o veículo Rolls-Royce, que é utilizado nas cerimônias de posse presidencial, encontra-se em perfeitas condições de funcionamento, situação que se mantém na presente data.”


    *Com informações de Léo Lopes, da CNN

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