Rolls-Royce presidencial foi encomendado por Vargas e já levou a rainha Elizabeth
O tradicional conversível preto pode não ser utilizado durante a posse de Lula (PT); preocupada com a segurança do presidente eleito, equipe avalia carro fechado ou blindado
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Presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) desfila no Rolls-Royce presidencial. • Acervo FHC / Reprodução
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Presidente Lula nas comemorações do Dia da Independência, em 2007, a bordo do Rolls-Royce usado tradicionalmente por presidentes brasileiros. • Ricardo Stuckert / PR / Reprodução
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Dilma Rousseff desfila a bordo do Rolls-Royce da Presidência, em sua segunda posse, em 2015. • Biblioteca da Presidência / Reprodução
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Presidente Jair Bolsonaro acena ao público durante posse presidencial, em 2019, a bordo do Rolls-Royce da Presidência. • Alan Morici/picture alliance via Getty Images
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não decidiu se vai utilizar o tradicional Rolls-Royce presidencial no dia 1º de janeiro durante a cerimônia de posse ou se desfilará em um carro fechado por questão de segurança.
O Rolls-Royce do modelo Silver Wraith conversível serve à Presidência da República há quase 70 anos e foi encomendado pelo então presidente Getúlio Vargas na década de 1950.
O carro é tradicionalmente usado pelos presidentes brasileiros em ocasiões especiais, como a posse de um novo mandatário e outras comemorações de feriado, como o 7 de Setembro, por exemplo. A estreia do veículo foi feita durante a comemoração do Dia do Trabalho, em 1º de maio de 1953, no município de Volta Redonda, no Rio de Janeiro.
O automóvel é uma raridade e foi o último modelo a ter a carroceria definida pelo comprador. Fabricado na Inglaterra em 1952 e trazido ao Brasil no ano seguinte por pedido de Vargas, o carro teria custado uma fortuna para a época.
Características específicas foram pedidas, como reforço nas chapas de aço do para-choque e instalação de mastros para uso de bandeiras oficiais, por exemplo.
Apesar de muito conhecida, a história de que o carro teria sido um presente da rainha Elizabeth II para o Brasil não é verdadeira.
Segundo o site da Câmara dos Deputados, o empresário Gastão Correia da Veiga Filho, dono da empresa importadora dos carros ingleses, alega que ainda guarda as faturas do Rolls-Royce presidencial. Por outro lado, a filha de Getúlio, Alzira Vargas, garantia que o carro foi pago por amigos do ex-presidente.
Carro já transportou chefes de Estado estrangeiros
Mesmo que não tenha sido um presente da rainha Elizabeth II, o automóvel foi usado pela monarca durante sua primeira e única visita ao Brasil, em 1968.
A primeira vez que um chefe de Estado estrangeiro andou no carro foi o presidente do Peru, general Manoel Odria, em 25 de agosto de 1953. Também foram transportados, em visita ao Brasil, o rei Balduíno da Bélgica e o presidente francês Charles de Gaulle.
Rolls-Royce ainda é dúvida na posse de Lula
Em entrevista coletiva na terça-feira (27), o futuro ministro da Defesa, Flávio Dino, disse que dois cenários estarão disponíveis no dia da posse: o desfile com carro aberto ou fechado.
Lula usou o conversível durante as duas cerimônias de posse de seus governos anteriores, mas neste ano a equipe do novo governo está mais preocupada com a segurança. Por isso, há a possibilidade de o desfile ser feito com um carro fechado ou blindado.
Mesmo que a decisão seja por utilizar um carro aberto, talvez o veículo escolhido não seja o tradicional Rolls-Royce preto. Em uma entrevista coletiva no início de dezembro, a futura primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, disse que o carro parecia ter sido danificado na última cerimônia de posse de Jair Bolsonaro (PL).
Procurado pela CNN, o Palácio do Planalto negou os danos no veículo. “Informamos que o veículo Rolls-Royce, que é utilizado nas cerimônias de posse presidencial, encontra-se em perfeitas condições de funcionamento, situação que se mantém na presente data.”
*Com informações de Léo Lopes, da CNN