Saiba como são tratados os suspeitos de participação nos atos criminosos no DF

A Academia Nacional da Polícia Federal (PF) fica a 20 km da Praça dos Três Poderes, em uma região distante da área urbana, e conta com grandes espaços com galpões, ginásio, auditórios, pomares, jardins e campos de treinamento.

O local é totalmente cercado e, no dia-a-dia, é relativamente calmo, já que recebe poucos eventos e serve, basicamente, para o treinamento dos policiais federais.

Porém, desde ontem, a portaria está sempre movimentada com a presença de advogados, parentes e amigos dos presos, além de jornalistas e um grande vai e vem de veículos.

Toda essa movimentação gira em torno das cerca de 1,5 mil pessoas detidas por suspeita de participação nos atos criminosos na Praça dos Três Poderes, no último domingo (08).

De acordo com o balanço divulgado pela PF no início da tarde dessa terça-feira (10), desse total, 527 estão presas. Os homens foram conduzidos para o Complexo Penitenciário da Papuda, e as mulheres para o Presídio Feminino da Colmeia.

Outros 599 detidos foram fichados e liberados por questões humanitárias. São idosos, pessoas com problemas de saúde, em situação de rua e mães acompanhadas de crianças. Porém, muitos ainda aguardam para serem ouvidos.

Enquanto não são interrogados, os suspeitos podem circular pelas áreas livres. Muitos, inclusive, usam seus próprios colchões e tendas para se abrigarem enquanto aguardam para serem ouvidos.

Alguns chegaram a gravar vídeos e postar nas redes sociais. A CNN teve acesso a imagens que mostram essa movimentação. Alguns dos presos, inclusive, não quiseram se abrigar nos galpões e preferiram passar a noite ao ar livre, nos jardins.

Após as oitivas, os delegados fazem as qualificações dos suspeitos, determinam a necessidade de manutenção da prisão ou a liberação e, só depois disso, fazem a apreensão dos equipamentos eletrônicos e demais bens: telefone, computadores, barracas e objetos pessoais.

A Polícia Federal espera ouvir todos os encaminhados para a Academia Nacional da PF até o início da noite desta terça-feira. No local, foi montada uma estrutura temporária do Instituto de Medicina Legal (IML) para agilizar os exames de corpo de delito dos presos.

Paralelamente, o Governo do Distrito Federal forneceu um grande aparato para dar apoio à situação.

Além de policiais, o GDF convocou servidores da área de saúde e serviço social para auxiliarem no trabalho. Médicos, enfermeiros, psicólogos e agentes sociais estão atuando na operação. Ambulâncias e outros equipamentos de emergência estão à disposição no local.

Há ainda presença de membros do Conselho Tutelar. Os procedimentos estão sendo acompanhados, ininterruptamente, pela Ordem dos Advogados do Brasil e Defensoria Pública da União.

Todos estão recebendo alimentação regular (café da manhã, almoço, lanche e jantar), hidratação e outros atendimentos quando necessário.