Sem candidato, Conselho de Ética do Senado pode ficar com ex-presidente do colegiado
Para convencer Jayme Campos a assumir presidência do grupo por mais dois anos, há a promessa de que o senador poderá contar com ajuda de “parlamentares experientes”
O Senado ainda discute internamente quem ficará com o comando das comissões da Casa. Em muitos casos, partidos têm brigado para presidir colegiados considerados importantes, como a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ou mesmo de Assuntos Sociais (CAS). Por outro lado, até esta terça-feira (7), a Casa não encontrou um voluntário para presidir o Conselho de Ética.
Praticamente parado desde 2020, início da pandemia do coronavírus, o colegiado se transformou em um “abacaxi”, segundo senadores ouvidos pela CNN.
Nem mesmo dentro da base aliada ao governo federal há quem esteja entusiasmado com a missão, já que o conselho deverá ter de julgar, por exemplo, o caso do senador Marcos do Val (Podemos-ES) –que deu diversas versões sobre uma possível tentativa de gravar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes com o intuito de invalidar os resultados das eleições presidenciais de 2022.
Agora, segundo interlocutores do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), há uma tentativa de convencer o presidente do Conselho de Ética até a legislatura passada, Jayme Campos (União Brasil-MT), de permanecer no cargo, apesar de diversas negativas por parte do parlamentar.
Senadores ouvidos pela reportagem explicaram que a ideia vendida para Campos é que ele praticamente não presidiu o colegiado nos últimos dois anos, devido à pandemia, e que teria o respaldo de senadores considerados experientes para controlar o Conselho de Ética e não permitir que vire apenas um palco de extremistas. O senador teria se prometido a pensar no assunto e dar uma resposta a Pacheco nos próximos dias.
Procurado pela CNN, Jayme Campos preferiu não comentar o assunto.