STF tem 3 votos para ampliar número de deputados a partir de 2030

Luiz Fux foi acompanhado até o momento por Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin

Davi Vittorazzi, da CNN, Brasília
Plenário da Câmara dos Deputados no dia de votação da PEC da Blindagem
Plenário da Câmara dos Deputados no dia de votação da PEC da Blindagem  • Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados
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O julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o número de deputados federais já tem três votos para manter a decisão do ministro Luiz Fux, de manter o número atual nas próximas eleições, e que as mudanças se valham apenas em 2030.

A análise do caso ocorre em plenário virtual que começou nesta terça-feira (30) e segue até esta quarta-feira (1º). O relator foi acompanhado até o momento por Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin.

A decisão liminar de Fux atende a pedido do presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP). Segundo o parlamentar, o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto que aumenta o número de deputados ainda segue pendente de apreciação. Situação que impediria a aplicação das novas regras para 2026.

Na liminar, Fux observou que o processo legislativo sobre o tema não se encerrou no Congresso Nacional e que, a pouco mais de um ano das eleições gerais, é preciso ter "clareza quanto ao número de assentos destinados a cada estado", com objetivo de evitar a insegurança jurídica.

Em representação do Pará, a advogada Viviane Ruffeil Teixeira Pereira pediu para a medida cautelar não ser referendada.

Segundo a advogada, a ação foi protocolada em 2017 e apontou que a omissão em relação à regulamentação persiste desde a Constituição de 1988.

"O pedido formulado pelo Senado Federal, e deferido pela cautelar na tarde de ontem, apenas confirma a mora inconstitucional já declarada pelo Supremo Tribunal Federal. Trata-se de uma verdadeira confissão de descumprimento do comando constitucional", argumentou a defensora do Pará.

Aumento de cadeiras na Câmara

Em agosto de 2023, o STF julgou a ADO (Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão) 38 e reconheceu que o Congresso Nacional tem demorado excessivamente para aprovar uma lei complementar que revise o número de deputados federais, como determina a Constituição.

A Corte estabeleceu um prazo de dois anos para que essa legislação fosse finalmente aprovada.

Cumprindo parcialmente essa determinação, em junho de 2025 foi aprovada uma proposta que fixava em 531 o número de deputados a serem eleitos em 2026, além de redefinir os critérios de distribuição das vagas entre os estados.

No entanto, em julho, o presidente Lula vetou integralmente o texto aprovado pelo Congresso.