Tarcísio nomeia PM envolvido no Carandiru para a Administração Penitenciária
Segundo o MP, Merlo chegou ao local da chacina somente após assassinatos, mas agrediu presos; em resposta à CNN, secretaria diz que nomeação tem “critério técnico”
O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), nomeou no sábado (14) o coronel da reserva da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) Sergio de Souza Merlo como assessor técnico na Secretaria de Administração Penitenciária do estado. O indicado é mencionado no processo do Massacre do Carandiru.
Ao todo 120 policiais são listados por envolvimento na chacina, ocorrida em 1992. A ação dos policiais durante a rebelião na Casa de Detenção de São Paulo levou à morte de 111 detentos.
Na época do massacre, Merlo era primeiro-tenente e comandou a ação do 2º Batalhão do Choque. Segundo o Ministério Público, o então agente chegou ao local da chacina somente após os assassinatos, mas agrediu presos durante uma varredura.
A CNN procurou o governo estadual para que comentasse a indicação. Em resposta, a Secretaria da Administração Penitenciária apontou que “as nomeações da pasta são realizadas exclusivamente com base em critérios técnicos”.
“Sérgio de Souza Merlo é bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco e tem mais de trinta anos de experiência na Administração Pública”, justificou a secretaria.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) marcou para o próximo dia 31 a retomada do julgamento que pode decretar as prisões dos policiais militares condenados pelo massacre.