Eleições 2022

TSE manda redes sociais removerem postagens sobre “Kit Gay”

A Corte analisou pedido da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para retirar as publicações

Gabriela Coelho, da CNN, em Brasília
Prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília
Prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília  • Foto: Antonio Augusto - 15.set.2020 / Ascom-TSE
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Por quatro votos a três, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mandou o Instagram e o TikTok removerem, em 24 horas, postagens de vídeos referentes à distribuição de materiais denominados “Kit Gay”.

A Corte analisou um pedido da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para remover publicações em redes sociais associando o PT à distribuição de um suposto "kit gay" nas escolas.

A coligação que apoia Lula lembrou, por exemplo, que, em 2018, o TSE já havia dado uma decisão mandando remover algumas publicações a respeito do tema, por se tratar de informação inverídica.

O antigo relator do caso, o ministro Raul Araújo, negou o pedido. Carlos Horbarch e Sérgio Banhos também seguiram o relator.

O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, teve um entendimento diferente. “A liberdade de expressão não permite a propagação de notícias fraudulentas”, afirmou Moraes. “O cenário sombrio que reforça esses comportamentos preconceituosos é que o TSE vem combatendo.”

Moraes foi seguido pelos ministros Ricardo Lewandowski, Benedito Gonçalves, Cármen Lúcia.

O ministro Ricardo Lewandowski afirmou que o TSE tem compromisso com a história. “Temos que combater discurso de ócio, preconceito, fake news, papel de coragem e firmeza”, afirmou.

A ministra Cármen Lúcia disse que a premissa é que mentir não vale. “Num jogo democrático eleitoral vale muita coisa inclusive a liberdade de expressão. Na praça pública, num palanque, a extensão da liberdade é validada e quanto mais livre, melhor. Mas mentir não vale. O ponto de partida desse caso é a mentira. O sequestro da verdade não vale”.

A CNN entrou em contato com o Instagram e com o Tik Tok, que ainda não se manifestaram.