Último discurso de Fachin no TSE deve focar no combate às fake news e convocar proteção pela democracia
Ministro fará discurso, nesta terça-feira, com defesa de parcerias contra fake news e diagnóstico de que Brasil apenas viverá situação pior que a invasão do Capitólio se instituições não funcionarem. No próximo dia 16, ministro Alexandre de Moraes assume cargo

Em seu último discurso como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, que deve ser proferido nesta terça (9), o ministro Edson Fachin pretende tratar do intenso combate às fake news realizado em sua gestão.
A interlocutores, Fachin tem dito que o enfrentamento à desinformação fica como legado da sua gestão. Neste tópico do discurso, devem ser incluídos o acordo com plataformas digitais, como o Telegram, por uma política de integridade, e a criação de uma rede nacional com servidores da Justiça Eleitoral que toparam atuar, voluntariamente, como propagadores de checagem de informações e desmentidos. Em conversa recente no tribunal, o ministro recebeu sugestão de chamá-los de “os fiscais da mentira”, e gostou.
A apuração em tempo real do TSE sobre falsas informações ditas por políticos é uma das estratégias que o ministro tem afirmado funcionar de maneira “expedita e expressa”. A rapidez em desmistificar narrativas, ainda que disseminadas por autoridades do alto escalão do governo, virou tática do tribunal. Exemplo disso foi a divulgação de 20 pontos, sobre inconsistências e mentiras propagadas pelo presidente Jair Bolsonaro, em julho, durante encontro com embaixadores, no Palácio da Alvorada.
Fachin tem dito que essas eleições apresentam sintomas parecidos com os do pleito americano que culminou na invasão do Capitólio, o Congresso dos Estados Unidos, em janeiro de 2021. Como a CNN publicou, o Judiciário está mobilizado no mapeamento de grupos extremistas que possam agir contra magistrados e prédios públicos.
De acordo com seus interlocutores, entre esses sintomas Fachin vê semelhanças com a realidade brasileira: o populismo digital, o esgarçamento de laços sociais, a briga entre Poderes e a personificação de um processo que é institucional. O próprio Fachin costuma dizer que há políticos que se apropriam das eleições, que são públicas, e levam para seu acervo pessoal, como se fossem uma escolha sobre eles e não para todo Brasil.
O ministro tem apontado semelhanças entre as eleições brasileiras e a disputa Trump versus Biden; Fachin também aponta os fatores que evitaram uma ruptura institucional nos Estados Unidos. Entre eles, o posicionamento das Forças Armadas americanas, a união do Congresso – mesmo historicamente dividido entre democratas e republicanos – e a liberdade de imprensa.
Ao espelhar com o Brasil, compreende que tanto os militares quanto o Congresso brasileiros serão cobrados a assegurar o espírito democrático – e que o país só não viverá uma crise se todas as redes de proteção funcionarem, o que inclui Polícia Federal e Judiciário.
Religioso, Edson Fachin mantém no gabinete da presidência, que deixará de ocupar no dia 16 de Agosto, quando passar o bastão para o ministro Alexandre de Moraes, duas imagens sacras: a de Santa Dulce, conhecida pela dedicação aos pobres e doentes; e a de Santo Expedito, padroeiro das causas urgentes, também conhecido como protetor dos estudantes, dos viajantes e dos militares – estes últimos, autores de muitos ofícios ao TSE com suspeitas sobre a transparência do processo eleitoral brasileiro. Auxiliares do ministro brincam que, fora da presidência do TSE, Fachin deixará de receber tantos ofícios contra as urnas.
Debate
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.
O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.
Fotos – Momentos marcantes das eleições brasileiras
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Apuração de votos nas eleições de 1960 • Arquivo Nacional
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Mesários auxiliam na votação para a eleição em São Paulo • Arquivo Nacional - 27.mar.1957
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Presidente Café Filho vota nas eleições de 1955 • Arquivo Nacional - 3.out.1955
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Pessoas aguardam na fila para votar em 1954 • Arquivo Nacional - 3.out.1954
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Mulher deposita seu voto na urna nas eleições de 1954 • Arquivo Nacional - -3.out.1954
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Presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1950) vota nas eleições para vereadores do Distrito Federal - o Rio de Janeiro, na época - em 1947 • Arquivo Nacional - -19.jan.1947
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José Linhares, que presidiu o Brasil interinamente entre outubro de 1945 e janeiro de 1946, saindo da cabine de votação após depositar seu voto na urna em 1945 • Arquivo Nacional - 2.dez.1945
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Pioneira Almerinda Farias Gama deposita seu voto na urna na eleição de representantes classistas para a Assembleia Nacional Constituinte de 1934. Ela foi a única mulher a votar como delegada na eleição para a Constituinte • CPDOC/FGV
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Jovem eleitora deposita o voto em urna, nas eleições municipais de 1988 • Museu do Voto (TSE) - 15.nov.1988
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Presidente Juscelino Kubitschek vota nas eleições de 1958 • Museu do Voto (TSE) - 3.out.1958
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Eleitores do interior de Pernambuco aprendem a votar na urna eletrônica, para as eleições de 1998 • Museu do Voto (TSE)
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Eleitores do interior de Pernambuco aprendem a votar na urna eletrônica, para as eleições de 1998 • Museu do Voto (TSE)
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Aliados comemoram eleição de Tancredo Neves, em janeiro de 1985 • Célio Azevedo/Agência Senado - 1.jan.1985
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Eleitor insere voto em urna de metal na eleição de 1945 • Centro de Memória Eleitoral do TRE-SP - 2.dez.1945
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Homem repara urnas de madeira para provável utilização na eleição de 1945 • Centro de Memória Eleitoral do TRE-SP
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Abertura de urna de madeira, em uma junta apuradora do TRE/SP, na eleição de 1945 • Centro de Memória Eleitoral do TRE-SP
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Eleitores aguardando o momento de adentrar a seção eleitoral, em São Paulo, na eleição de 1945 • Centro de Memória Eleitoral do TRE-SP - 2.dez.1945
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Apuração de votos realizada por uma junta apuradora do TRE/RJ, na eleição de 1945 • Museu do Voto (TSE)
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Panorama de uma seção eleitoral no estado de São Paulo na eleição de 1945 • Centro de Memória Eleitoral do TRE-SP - 2.dez.1945