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    ‘Vamos apurar o que tiver que ser apurado’, diz senador governista sobre Covaxin

    Senador Jorginho Mello (PL-SC) diz que denúncia feita pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) precisa ser averiguada e diz que não vai blindar ninguém

    Gregory Prudenciano e Jorge Fernando Rodrigues, da CNN, em São Paulo

    Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (23), o senador governista Jorginho Mello (PL-SC) disse que a denúncia de supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin precisa ser apurada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Segundo Mello, seu bloco político não tem “compromisso com a blindagem de ninguém”. 

    O senador disse que não quer fazer “pré-julgamento” e afirmou estar “tranquilo para apurar qualquer irregularidade, seja ela federal, estadual ou municipal”. Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (23), o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disse ter levado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em março, documentos que provariam irregularidades no processo de aquisição da Covaxin.

    Jorginho Mello, que é membro titular da CPI da Pandemia, também disse que talvez Miranda esteja “querendo vender uma narrativa, um discurso”, e disse que é preciso descobrir “qual o objetivo” do deputado ao fazer essa denúncia. “Tem que ver qual era o objetivo dele, o que o deputado estava botando o nariz lá para fazer esse negócio”, afirmou Mello. 

    “Não vejo nada de extraordinário, ‘ai meu Deus, um escândalo’. O governo do presidente Bolsonaro até agora não teve escândalo nenhum, então vamos avaliar primeiro”, falou o senador.

    Entenda o caso

    Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (23), Luis Miranda detalhou suas denúncias de irregularidade sobre a compra da vacina Covaxin. Segundo deputado, seu irmão, Luis Ricardo Fernandes Miranda, que é funcionário do Ministério da Saúde, estava sendo pressionado para autorizar a importação do imunizante mesmo diante de supostas irregularidades, que incluiriam o pagamento adiantado, ao invés do pagamento depois do recebimento das vacinas, como estaria no contrato firmado com o Ministério da Saúde, e a compra por um valor muito superior ao divulgado inicialmente pela Bharat Biotech, laboratório indiano que desenvolveu a Covaxin. 

    O senador Jorginho Mello (PL-SC), titular da CPI da Pandemia
    O senador Jorginho Mello (PL-SC), titular da CPI da Pandemia
    Foto: CNN Brasil (05.mai.2021)

    Segundo o deputado, diante do impasse, ele resolveu procurar diretamente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com quem teria se reunido presencialmente no dia 20 de março. Luis Miranda disse ter entregue ao presidente documentos que comprovariam a suposta irregularidade, como a cópia do contrato de compra das vacinas e uma nota fiscal fraudulenta. 

    O parlamentar disse que, durante a reunião, Bolsonaro pareceu estar convencido dos indícios de irregularidades e teria afirmado que encaminharia os documentos para o diretor-geral da Polícia Federal. No entanto, Miranda disse não ter recebido retorno do caso, embora tenha diga ter procurado o presidente novamente.

    CPI da Pandemia

    A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia já convidou Luis Miranda e seu irmão, Luis Ricardo, para depor aos senadores na sexta-feira (25). Nesta terça-feira, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, afirmou que a comissão concederá segurança aos dois irmãos e seus familiares devido ao teor das revelações sobre supostas irregularidades no contrato da Covaxin. 

    A cúpula da CPI da Pandemia, formada pelo vice-presidente, Randolfe Rodrigues, o presidente, Omar Aziz (PSD-AM) e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), também trabalha manter a quebra de sigilos de Francisco Emerson Maximiano, sócio-administrador da Precisa Medicamentos. Nesta quarta, os senadores devem se reunir com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, para pedir a manutenção da quebra dos sigilos. 

    Ainda nesta quarta-feira, Maximiano acionou o Supremo para tentar barrar a iniciativa da CPI. Ele pediu que seja estendida a ele a decisão já dada pelo ministro Nunes Marques em benefício de Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde. 

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